quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Folhas caídas

Caem as folhas douradas, atiradas pelo vento aos passeios cinzentos.
As arvores despidas, parecem tristes.
Assim como as pessoas que vêm os dias encurtar e as folhas encher o chão.

Muitos consideram o Outubro uma altura triste, despojada de cor ou calor.

Mas quem já experimentou chutar as folhas secas que adornam o chão,
Atira-las ao vento e rir, nAo poderia discordar mais.

As folhas caem, o tempo passa, a vida continua.

NAo seria mais fácil que soubéssemos quando mudar tal como as folhas de outono?

Simplesmente ir ao vento,
Abraçar a mudança

terça-feira, 20 de novembro de 2012

3f zero

O dia dos recomeços,Resoluções e definições é a 2f.
A verdade é que os outros dias servem exactamente o mesmo propósito.

O importante é fazê-lo! Largar as palavras e mergulhar no objectivo.

Hoje é 2f, ou 3f zero, dia de apagar e recomeçar.
Sem preconceitos, dramas ou receios.
Hoje voltei a acredita que sou muito mais que um trabalho mal pago de 44 h.

Quero mais!

Amanha talvez pinte o cabelo.
Quem sabe ?
A imaginação é o limite


.







segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A Guerra dos Tronos

Alguns são ouvirão e viram esta nova série sobre  um universo paralelo medieval onde várias famílias régias têm pretensões ao trono- O trono de ferro.

O que à primeira vista se apresenta como mais uma saga de enormes livros revela-se, entre linhas, como uma história fantástica que  em  cada capítulo nos apresenta a visão de uma personagem específica.
Personagens que amamos ou odiamos mas que não deixarão o leitor indiferente.

O que me arrepia a pele em cada página que viro é a incerteza pela qual o autor nos conduz.
O constante desdobrar da toalha em novos pontos que mudam sucessivamente o rumo da história.
Quem lê faz e refaz as contas e engana-se quase sempre.

Vale a pena ler todos os livros independentemente da série televisiva.
Os livros têm sempre mais sumo.

Contra: o desdobramento dos livros em português para o dobro, leva o couro e o cabedal.








sábado, 1 de setembro de 2012

A vigilante da sanita

No que toca a pôr a casa à prova de criança sempre me considerei uma pessoa descontraída mas sensata.
Pendendo sempre para a moderação.

Já vi um pouco de tudo... Casas almofadadas,
móveis "blindados" com esponjas e fita cola, grades para impedir o avanços das tropas e os mais típicos esconde tomadas e os tapa esquina em formato de fofas mãos.

As crianças estão munidas de Armas que não conseguimos identificar a tempo ou de todo... e o meu filho é especialista em descolar as fofas mãos dos cantos de mesas enquanto exibir o seu sorriso 55 de doçura! Implacável!!

Mas o absurdo aconteceu...
Já tinha visto noutras casas, ri de peito feito e gozei.

Trancas de sanita...?
As crianças vão-se afogar? Cair lá para dentro ? Exagero, puro exagero!!!
Ou então não.

Já fiz vários funerais cá em casa, objectos queridos que não resistiram aos encantos violentos do piqueno.
Mas eram quedas, lançamentos e dentadas.
O que aconteceu foi uma evolução métodos, mais requinte, mais eficácia.

A morte de objectos por afogamento é muito eficaz e desesperante!

De mãe passei a vigilante da sanita!
Chupetas, colares, cuecas, biscoitos da mel, comandos de tv... A lista podia continuar até ao infinito.
Muitos consegui salvar, outros pereceram.

Mas, nAo mais!
Tive que baixar a cabeça e pedir perdão a todos aqueles que fizeram o mesmo.
A pais de todas as nações que fugiram ao jugo do salpico da grande poltrona e abraçaram as trancas da sanita.

Salvarei muitas vidas com este pequeno gesto!

Ps- queridos problemas gastro intestinais, por favor sejam moderados





terça-feira, 21 de agosto de 2012

A maçã envenenada

Quem olha, não vê.
E o perigo mora na casa, jardim ou rua.
Elas por aí andam, coloridas e cheirosas dando o ar da sua graça, emolduraram os recantos, perfumam o ar.

Mais uma vez que olha não vez que a beleza esconde muitas vezes toxicidade e perigosidade junto dos pequenos "roedores", junto das nossas crianças e animais de estimação!

A pergunta simples pode causar perplexidade mas é apenas esta:
Conhecem as plantas que têm em casa?

Provavelmente a resposta vai ser negativa. É raro pensar-se nisto.
Ninguém compra plantas que comem moscas ou que atiram picos venenosos ou com tentáculos sugadores, certo? As outras supostamente são "boas".


Deixo o meu alerta para perceber o que temos em casa e ter sempre à mão, gravado nos favoritos do telemóvel,o número do CIAV( linha apoio aos venenos).

Prevenir nunca é demais.
O meu filho tem uma tendência assustadora para a maçã envenenada.

Ontem isso custou-me uma visita às urgências.



domingo, 5 de agosto de 2012

Bigodaça e espiga de milho na Boca?

Quando idealizo um agricultor visualizo alguém de camisa aos quadros, calças sujas do trabalho, roliço e de olhar perdido. Claro que tem que ter uma boina, bigodaça farfalhuda
Se quiserem imaginar a cereja no topo do bolo, o sr tem que se chamar António e ter uma espiga de trigo no canto do boca.
Bate certo?

Imagem o meu espanto quando, no âmbito de uma actividade do campo de férias, me deparo com um Sr. de quarenta e tal anos e a sua esposa super simpática e nova!
Não tinha bigode farfalhudo, aliás nenhum dos dois, roupa desportiva e um sorriso afável e aberto.


Mais tarde apercebi-me que antes da agricultura eram pessoas nascidas e criadas na cidade, alguém com que me poderei ter cruzado no caos matinal do corre corre lisboeta.
Pessoas que se fartaram do stress, deram cordas aos sonhos e se mudaram para Sesimbra.

Loucura! Dirão alguns.
Trocar o conforto de um lar com contas pagas e  estabilidade financeira por nabos, couves e terras nas mãos? Nem pensar!- dirão outros.

Mas esta família deixou tudo isso para trás, e seguiu o sonho:
"Estava na altura de me dedicar a uma coisa que realmente gosto e deixar o stress"- disse-me a Sónia, esposa e agricultora também.
"Cabelos branco de borla, não quero",acrescentou.

E realmente depois de um dia inteiro na quinta a ver todo o trabalho daquela família brotar em cada fruta, legume e terra semeada é extraordinário e não deixa ninguém indiferente.
Imagem a seguinte imagem....
Um terreno com vista mar, patos, uma ovelha e galinhas a passear num cercado e duas crianças de 2 e 8 anos a saltaricar entre as vinhas e árvores, depenicando um tomate e uma pêra acabados de colher.

A melhor parte é que se trata tudo de agricultura biológica. Sem químicos, sem porcarias, da terra para o prato.
Esta família integra um núcleo de 3 produtores locais que integram o projecto PROVE.
Basicamente é um projecto que visa promover a sustentabilidade da produção locais,aproximando produtores e consumidores através de um cabaz semanal com preços muito atractivos.
Vale a pena espreitar e saber mais deste projecto premiado a nível Europeu.
http://www.prove.com.pt/home


E deixou-me a pensar...
Quando é que vamos começar a fazer aquilo que gostamos realmente ao invés de fazermos aquilo que
supostamente nos dará uma vida melhor e mais estabilidade?











quinta-feira, 19 de julho de 2012

Perigo!!!- Arma branca

Elas andam por aí, toda a gente sabe isso.
Pequenas ou grandes, compridas ou curtas. Cheias de brilhantes, simples, estranhas, enfim uma variedade quase infinita.

Provavelmente o que a maioria das pessoas desconhece é que todos os dias se cruzam com elas.
E não apenas uma vez....



Estou a falar das temíveis Malas de Mulher.
Num primeiro relance não existe nada suspeito neste objecto mundano do dia a dia. Pendentes no ombro, na mão ou a tiracolo, quase que integram a anatomia feminina.

Só que a terrível verdade jaz atrás de cada fecho ou botão.
Um barulhinho doce e bulólico que não provoca nenhum alvoraçar dos transeuntes.
Basta pensar nisto, alguma vez pegaram numa mala de mulher light? (Vamos ignorar as malinhas dos casamentos)
Não, ora aí está.
É mera coincidência que os ladrões das séries mais antigas sejam violentamente agredidos com malinhas pretas de velhinhas inocentes?
O que pode tornar tão pesado um objecto tão inocente? 
Isto deixarei à vossa consideração.
Já se imaginam-se atingidos por uma mala de 3kg e brilhantes contundentes no meio da testa...
Deve ser uma experiência  a repetir.

PERIGO!? Muitos ingénuos poderão gozar com esta afirmação, alheios ao que lhes passa mesmo por baixo do nariz.

Fica aqui o alerta.
As malas de mulheres escondem muito mais que o seu conteúdo, encerram em si a própria essência de uma poderosa mas discreta, Arma Branca.










segunda-feira, 16 de julho de 2012

Quando é que Rebenta a Bolha?

35, 36, 37...40! 41...
Semanas.

Passaram assim, num estalar de dedos e tudo se resume a este momento, esperar mais um bocadinho.
Fazer a mesma pergunta vezes sem conta e tentar adivinhar o impossível. "Talvez nasça 2ªf  mas como já tem contracções pode ser que seja antes."

Analisando o olhar dos pais é claro o fervilhar de sentimentos e emoções. As dúvidas, a ansiedade de conhecer o mais belo amor.
Também se vê o medo, o incerto que se sacode numa piscadela de olhos.

As semanas resumem-se a um dia e esse dia parece desmultiplicar-se num ano.
Cada mensagem ou telefonema parece ter a resposta mas não...
Até que o silêncio gritante é cortado por uma frase curta:
"Prestes a entrar para a sala de parto... Sim, leram bem :)"


Será que é agora?
Uma, duas, três horas volvidas.... Nada.

É tão estranho estar deste lado.
A adrenalina de esperar mas a impotência de sentir o pulsar dos acontecimentos.
Saber o que esperar e ser totalmente ignorante ao mesmo tempo.Agridoce, mas mágico para lá de qualquer descrição.

As memórias giram desalinhadas na cabeça de quem esperar, tentando encontrar respostas no reconforto de um momento já vivido mas tão diferente. Não há nenhum parto igual. Daí a beleza do momento.

A tensão cresce nos corredores do hospital, no entrelaçar nervoso de dedos e massagens desajeitadas nos braços dos avós e do pai e impõe-se nos passos dados vezes sem conta para a frente e para trás.

"Vai ser cesariana"- diz o pai expectante.
Um suspiro colectivo, lê-se em cada olhar uma coisa simples:- está quase a nascer.
Ninguém diz nada, ainda! Mas se os pensamentos fossem audíveis... que concerto estaria naquela sala.

Até que... o relógio pára. Não interessa mais nada. As respirações pendem por ouvir aquilo que interessa.
O ranger da porta cinzenta do hospital revelam um rosto mascarado e sereno.
"Já nasceu, está tudo bem! É um rapagão!" 

A bolha rebenta nesta momento,
 em abraços beijos e lágrimas de felicidade.









Carta a uma futura Mãe

Amanhã é o grande dia por isso não podia deixar-te algumas palavras de apoio e conforto.

Aspira o mundo e olha bem em teu redor. As coisas estão prestes a mudar de ti para ti.
Vais tornar-te no melhor ser à face da terra para alguém, todo o seu mundo. Vais ser Mãe!

Os teus olhos serão tal e qual os de um recém nascido, vislumbrando primeiro apenas uma penumbra para cada dia que passa  descobrir pouco a pouco mais e  mais, até ao mais ínfimo pormenor, redescobrindo coisas antigas e por vezes quase insignificantes,como se de um brinquedo novo se tratasse.
Tantas serão maravilhosas, outras vão assustar-te. Faz parte.

Nesta hora em que o parto se aproxima só posso desejar-te paz de espírito e que consigas abraçar a dor, transformando-a em puro prazer e alegria.
São apenas algumas horas em troca de uma vida inteira para  O disfrutar.

Em tudo o que precisares sabes que podes contar comigo e com o B. Mas confia no teu instinto, as melhores respostas vêm de dentro  e acredita que o bebé te vai ensinar.

Beijo muito grande, Sorri!
Amanhã começa a melhor parte da tua vida.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O exterminador implacável

Primeiro o silêncio.
Uma brisa faz rolar um tufo de pêlo pelo chão.
Um cão foge apavorado para a janela.


Pezinhos de lã ouvem-se no corredor...
Primeiro lentos e depois cada vez mais rápidos. Um risinho doce como música de fundo e....
Paf puf, poimb... A exterminação começa!
Sem  qualquer aviso prévios as baixas começam a registar-se:
Candeeiros, molduras,colunas ou protecções das mesas. Ninguém está a salvo...

Sem aviso...ele aparece na sala.
Olhar  azul, bigode branco, apenas de camisola de alças vestida. Na mão segura uma das suas vítimas,um coelho castanho felpudo, agarrado pela orelha comprida.

A baba escorre pelo canto da boca, relevando apenas 2 dentes aguçados em baixo, as "ratolas".
Em gesto desafiante tira a sua fralda e corre na direcção dos meus braços...

É impossível fugir dele!!!
E pronto fui exterminada de beijos Implacáveis, molhados e doces.











quarta-feira, 11 de julho de 2012

PUFFF, é um sapo!?!?

A vida prepara-nos mal neste aspecto.
Toda a nossa infância e adolescência os filmes acabam bem... "Felizes para Sempre" Casados e esvoaçantes.

A verdade é que é raro o filme de animação  que passa para lá do casamento.
E os poucos que têm a ousadia de o mostrar revelam o caos, bebés por todo o lado e pais despenteados.
Nada de pessoas coradas e felizes de mãos dadas a correr pelos prados e apanhar flores.
Coincidência ou esbarrar com a realidade?


Parece que os príncipes, apesar de não serem fáceis de encontrar, se transformam com muita facilidade em Sapos.
Sapos vestidos de príncipes, vendedores de sonhos e bebida da felicidade eterna.
E entre o dia do  casamento e o final dos pós mágicos os sapos vão aparecendo.
Gestos, decisões ou atitudes.
Cada dia são menos discretos e nos deitam a língua de fora!
Dá vontade de agarrar o sapo, colocar dentro do copo juntar os pós mágicos e reaver o príncipe.
 Reaver a segurança de que tudo vai sempre correr bem e que conhecemos a outra pessoa como a palma da nossa mão.
Claro que não conhecemos! Por muitos anos que se esteja com alguém é difícil afirmar que se conhece 100% a pessoa.

Basta pensar nisto, o cérebro é desconhecido e utilizado em porções muito inferiores a 50%.
Penso que os sapos, os obstáculos e coisas que nos surpreendem pela negativa brotam dessa parte cerebral, da parte misteriosa.

É preciso perceber também outra coisa, em cada salto e chapinhandela o reflexo mostra um cenário quase inesperado:


Há outro sapo a olhar para o lago...







segunda-feira, 9 de julho de 2012

ZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

2/3 da nossa vida são passados a dormir... fascinante e assustador.
É uma necessidade biológica imperativa mas também um mundo fascinante do sonho, do oculto e do misterioso.
Muito já se escreveu sobre este assunto e tanto continua ainda por dizer.


A falta de sono é uma experiência "descabelante". As voltas na cama,o zapping entre programas duvidosos de televendas e anúncios das "miúdas".O olhar para o relógio que passa os segundos sem retorno.
Uma experiência que muitas vezes só termina com o raiar do dia, e do temido arrulhar do despertador.
E de repente...
Tal como que por artes mágicas se tratasse o sono surge, numa onda violenta que quer fechar as pálpebras e dificilmente se pode conter.
A pessoa transforma-se numa espécie de zombie diurno para durante a noite ser novamente uma pessoa que não fecha a pestana.

O "síndrome do dorminhoco" espreita no outro extremo do espectro.
Dormir maravilhosamente a qualquer altura pode ser uma maldição.
O despertador é um barulho longínquo num sonho ou simplesmente é desligado por um reflexo de autómato, também conhecido pela martelada!
Teme- se a chegada tardia a compromissos importantes ou a ausência do tempo necessário para ficar apresentável.
Corre-se muito, mas não e por desporto.
E amaldiçoa-se o despertador, o marido, o piriquito, enfim, toda a gente!

O ideal é mesmo ser uma pessoa "normal".


Mas será que isso existe?











terça-feira, 3 de julho de 2012

Nome de código: atleta federado do Paredão

São 19h30.
Tocam à porta.
É a minha parceira das "andanças"!
Calças de gangas e mãos nos bolsos, pergunta descontraidamente -"Vamos?"
Agarro os óculos de sol, as chaves de casa e alguma outra coisa mais e lá saímos.
O plano é simples, palmilhar o máximo de milhas (fica chique dizer desta maneira), até ao pôr do sol.
Quer dizer, é mais até às 20h30.

Fecho a porta, o asfalto é o nosso veículo pela tagarelice das kms, muitos kms percorridos.
Enganem-se os transeuntes normais se pensam que qualquer um pode exercer esta actividade!
É precisa destreza para esquivar dos ciclistas mais frenéticos, ouvidos de lince e a graciosidade de uma garça real. Andar com estilo!

O paredão é efectivamente uma boa zona para descomprimir o dia e apreciar a paisagem meio urbana.
Água do lado esquerdo, o trânsito de final do dia do lado direito.


Não há cá corridas para ninguém, o atleta do paredão desliza com elegância entre passadas.
Realmente só nos falta uma coisa para atingir o patamar do federado.
A regularidade!
Vamos lá amanha?:)







quinta-feira, 14 de junho de 2012

As coisas simples da vida

São os momentos que guardamos pela vida fora.
Escassos minutos que nos marcam para sempre.
Os flashes que recordamos a sorrir, que esperamos nunca esquecer.
Coisas que me aquecem no inverno da vida.

Ontem tive um desses momentos.
Fui andar de mota com o meu Bruno.
A primeira vez de muitas, espero.

Não consigo descrever o quão especial e importante  foi este passeio para mim.
Uma viagem de  7mn apenas.
Duas pessoas, toda a estrada pela frente e o vento na cara.
A roupa ondulante aos caprichos da curvas e do ar.
O asfalto a ficar para trás.
O pôr do sol no horizonte.
Um sorriso estampado na cara
Cumplicidade de quem partilha o mundo.

Coisas simples da vida.
Coisas que me fazem feliz



quarta-feira, 13 de junho de 2012

A irmandade das Mamãs

Tudo começou em Outubro de 2010.
O pauzinho ficou com dois riscos cor de rosa e fiquei com um ar perplexo.
Sentada na sanita, fitei o espelho com o pauzinho na mão... E agora?

Depois de contar ao pai da criança, e sabendo que ainda não devia espalhar pelos 7 ventos a notícia, decidi que precisava de um porto de abrigo, um refúgio para escrever a pleno pulmões que estava grávida.
Claro que ainda liguei para a minha irmã, que estava na Eslovénia,e contámos aos pais.

Comecei a odisseia dos livros, revistas e internet.
Foi neste último local que encontrei a Ilha da mamãs de Junho.
Raparigas e Mulheres que tal como eu tinha visto o pauzinho virar perna de pau.
Tinha visto o mundo girar a 300km/h e ficaram tão felizes como estarrecidas.

Felizes,
todos os dias partilhámos os nossos anseios, alegrias e também tristezas.
Estavamos todas na mesma página, com intervalos de dias para o nascimento dos rebentos.

Algumas ficaram pelo caminho...
Nem sempre as coisas correm bem.
Outras lutaram bravamente contra animosidades da gravidez, baixas de risco, proibição de amovibilidade.
Outras mães ainda,souberam que iriam ter crianças mais especiais que as outras.
Exemplos de mulheres coragem que nunca baixaram os braços.


As afinidades foram-se construindo, à distância de um simples clique, lá estavam elas
.Pessoas que entendiam perfeitamente.

Quase dois anos volvidos continuamos a irmandade das mamãs.
Falamos diariamente e trocamos "cromos" das nossas crias.

Mas são muito mais que isso estas mulheres.
Ombros para chorar, confidentes, amigas, conselheiras, cozinheiras e profissionais de diversas àreas.
De Portugal e Ilhas até à distante Alemanha, um pouco por toda a Europa.
51 mulheres!!


Por isso,
De mãe para mães vos agradeço, o vosso amor.

Desta ilha secreta que  não esmoreceu com o tempo




















terça-feira, 12 de junho de 2012

Matrix Vs Maternidade

A teoria é simples.
Quem não tem filhos mora no Matrix, um mundo tranquilo, previsível e a vida vai-se desenrolando dia a dia.
O "EU" gere a esfera dos habitantes do Matrix.

Como sair do Matrix?
Com a toma do comprimido vermelho, a escolha, embora nem sempre consciente da passagem para um patamar de realidade diferente.
Abraça-se o mundo da Maternidade.
Não há retorno ao Matrix, o conhecimento profundo desta nova realidade fica impresso na pele, na própria alma.

E por muito que os habitantes do Matrix queiram opinar ou fazer-se conhecedores da realidade da Maternidade, não há hipótese.
Eles desconhecem pura e simplesmente o que é.
Vivem num mundo diferente.

Asssim que se toma o comprimido vermelho dá-se uma metamorfose para os pais.

Com nascimento ganha-se a consciência do peso da escolha.

Vermelho ou Azul?

Eu não me arrependo da minha escolha

Planear e Atacar!


Ser Mãe e Pai é o melhor trabalho do mundo. Indiscutível.
Mas Trabalho é uma palavra chave nesta frase.
Gestão, planeamento, adaptação, resistência ao stress, são requisitos para este TRABALHO tão importante.
Uns levamos, outros adquirimos com a experiência.

Gerar, criar e educar um ser humano é trabalhoso.

Neste fase, de13 meses de vida,os cuidados básicos  deixaram de ser a nossa prioridade.
As noites sem dormir foram substituídas pelos agradáveis serões de adultos.
As fraldas não se amontoam no lixo de forma assustadora.


Depois de sobreviver ao primeiro ano, os novos desafios surgem airosos.
Potenciar estímulos, motores e pedopsicológicos.
Traduzindo e descomplicando :
Todos os dias ter ideias novas!
Quanto mais, melhor

Para estas coisas os livros não trazem respostas.
Fechar os olhos e recordar uma boa infância leva-nos a sítios mágicos, sítios aos quais podemos levar os nossos filhos.
Mas isso não chega, a sede de procura leva-me para lá das recordações e começam os planos.
Oceanário, Zoo, praia, floresta, um infinito de possibilidades.

É preciso ter a capacidade de organizar ideias, planear de acordo com a ideia e depois
Atacar!

As crianças agradecem.

Mães e pais por aí na blogosfera, queiram deixar neste tópico alguma sabedoria sobre este tema:)







terça-feira, 5 de junho de 2012

A extinção dos Manjericos

Belos e farfalhudos são uma das plantas mais acarinhadas dos portugueses, ou eram?
Parece que os manjericos são coisa do passado.
Cada vez mais raros e escondidos nas brumas da vergonha.

Se recuarmos no tempo até aos anos 70,80, ai sim, estou  a falar da era gloriosa dos manjericos.
Exibidos com pompa e circunstância em todo o espectro de revistas marotas.
Os homens suspiravam por eles, as mulheres aspiravam a ter os mais belos.

Depois nos anos 90 mirraram, tal planta sem sol ou iceberg exposto  a temperaturas veraneanas.
Miniaturas, um eco de sim próprios.

Os manjericos do novo milénio não podem bem ser considerados manjericos, tal  mutação genética,  perderam  a sua forma arrendondada.
Bem anunciou Nostredamus " A 2000 chegarás, de 2000 não passarás"!
Os manjericos, pois claro!

Linhas de pista de aterragem, estrelas e outras coisas substituíram sem dó nem piedade, a arrendonda e viçosa forma.


E de repente...
Nada.
O vazio completo, a ausência de verdura.
O vaso ficou vazio.

Onde andam os manjericos?
Extinguiram-se!!!


sábado, 2 de junho de 2012

O melhor dia da criança de Sempre

Não  tenho trabalho comum, logo os meus horários e dias de trabalho são diferentes das pessoas "normais".

Felizmente, ontem isso valeu-me uma tarde muito especial numa tarde de semana.
Artilhados de chapéus, àgua, toalhita, fraldas, queijinhos, frutas e outros instrumentos, rumamos na direcção do Parque da Serafina.
Um oásis verde com uma vista deslumbrante sobre  Lisboa e o Rio Tejo.

Agradeço do fundo do coração  ao Sr. Engenheiro Duarte Pacheco, por se ter lembrado de florestar os cabeços àridos que rodeavam a cidade de Lisboa e a tornava ainda mais quente.
Não sei se florestou todas as 7 colinas mas o Monsanto é um sítio extraordinário de beleza natural, tão perto de casa:)

A Serafina é omeu  parque preferido. Tenhos as melhores recordações de infância lá.
Agora vou criar memórias para o Miguel.

Ontem andou de baloiço pela primeira vez, de escorrega e experimentou uma coisa que não me lembro o nome..
Tem bancos e anda à volta. é o.... não faço ideia.

Gatinhou e provou a relva, aproveitou o ar fresco.
Comeu um queijinho, fechou os olhos e adormeceu.

Além de uma excelente tarde de sol, natureza e experiências novas do Miguel eu não poderia estar mais feliz.

Gosto de ser mãe, faz-me feliz.


quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nas catacumbas do estudo

Haverá alguma coisa pior do que estudar quando toda a gente vai para a praia, passear, ao Rock in Rio?
Ou simplesmente não faz nada?
Não me parece.

A minha grande dificuldade pessoal é começar a estudar. Pegar nos livros e marcadores e começar.
Parece que mil e uma coisa se tornam urgentes e inadiáveis, estudar é que não é prioritário.
Depois uma pessoa olha para o relógio, que acelera loucamente e a nossa vontade surge.
Ou não...
Depende do dia.

A minha desculpa era, tenho que postar no blogue hoje.
Pronto já está.

Agora não tenho mais desculpas.



Guerras de Quintais

Toda a gente tem vizinhos!
E os vizinhos são todos diferentes.
Cuscos ou trombudos, simpáticos ou freaks, eles andam pelos prédios.

Posso dizer que tenho uns vizinhos espectaculares.
Muito prestáveis e simpáticos.
Daqueles a quem pedimos ovos ou levamos bolinhos.
5 estrelas!

Mas, há 1 vizinho no prédio do lado que me tira do sério...

Passo a explicar:
Em frente aos dois Prédios existe uma ampla zona comum em ladrilho vermelho cercada de canteiros com hera.

Esta zona comum serve tanto o propósito de lazer como o propósito de cargas e descargas.

Com frequência, recorro à modalidade cargas e descargas...
Miguel, compras, livros, coisas de bebé e às vezes a minha cachorra mel.
Trazer isto tudo, tendo carro longe, sozinha, não é tarefa fácil e ter essa opção de colocar o carro mesmo a jeito é maravilhoso.

Só mais recentemente reparei que o vizinho X, do prédio contínguo ao meu tem bloqueado sucessivamente o acesso a esse espaço.
Primeiro achei que era mania da perseguição mas confirmei que é real..

Trocas de olhares furtivos, tentativas de chegar primeiro a casa, enfim estão abertas as hostilidades ainda civilizadas de uma guerra de quintas morna mas feroz.

Gostava de lhe esfregar caca d cão no limpa pára brisas... Mas é muito óbvio.
Não posso fazer nada e por isso, imagino.

Custa-me a atitude do sr. X .
Ele sabe perfeitamente o quão carregada ando.
Parece retirar alguma género de prazer desta situação.

Enfim, todos temos histórias de guerras com vizinhos, verdade?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ciclista mas pouco pedalante

Numa das minhas inúmeras actividades escutistas, tivemos um dia para fazer um trajecto de bicicleta.
Adoro andar de bicicleta mas não sou a melhor pedalante do bairro.

Recordo-me de ser um dia de Verão, daqueles muito quentes.
Tinhamos tomado um atalho por uma estrada secundária de pedra e cascalho.
As malas estalavam ressequidas pela falta de Àgua.
Fomos andando até uma zona bastante arborizada, cheia de curvas.
Eu ia na cauda do pelotão, para variar.
Numa curva mais apertada e de grande declive a bicicleta ganhou velocidade.
Lá em baixo as pessoas tinham começado a desmontar das bicicleta.
Eu vou conseguir, eu vou conseguir- repeti de mim para mim mesma.

A bicicleta acelerava nos solavancos de um terreno irregular.
A àgua aproximava-se a uma velocidade estonteante...
Vou conseguir,só podia|
No meio da adrenalina e receio soltei o meu grito do Ipiranga:
"QUE SE LIXEEEEEEE!!!!!"
Parecia eu uma verdadeira exploradaro intrépida, pronta a passar o Rio Tejo e depois subir os Himalaias.

A bicicleta subiu um metro, abrandou num calhau e caiu para o lado.

Risota geral !






Pernas, para que te quero!!

Domingo na casa dos meus pais, era dia de comida feita fora de casa.
Pizza ou frango eram os mais pedidos da malta.

Se a pizza era um dia mais ou menos harmonioso, dentro do caos mundano, o frango tinha uma história bem mais complicada.

Toda a gente tem uma parte preferida do frango, a primeira peça suculenta que salta para o prato ainda vazio e faz tinir a loiça.
Há quem goste da asa, do peito, do pescoço, da coxa ou então da Perna...
Na minha casa, com excepção da minha mãe, todos queriam a perna!!
A gloriosa parte suave do frango,quase doce, e fácil de agarrar.
Ahhhh perna de frango

O meu pai era o primeiro a abrir hostilidades, reinvindicando a perna para o macho alfa (também o único).
Como não há frangos com 4 pernas, infelizmente, a coisa nunca corria bem.
-" Da outra vez eu não comi a perna"- gritava a minha irmã
-"A perna hoje é minha"- choramingava a outra.

Com alguns gritos e apelos ao bom senso a refeição lá se desenrolava, uns mais felizes do que outros.

Mas velhos hábitos custam a morrer.
E nas primeiras vezes que partilhei frango com o Bruno o episódio da perna repetiu-se.
No entanto teve um final inesperado.

Mal me lancei eu, furiosamente, de garfo em riste a perna a escassos centímetros e...........................................
e..............................................
Nada.
Ele não fez um único gesto.
Incrédula, questionei sobre o porquê, ilógico, de nada ter feito.
-"Gosto de peito"- disse com serenidade

Anjos cantaram na minha mente, e uma luz incidiu sobre ele.
O homem perfeito, pensei, nunca vai querer roubar a MINHA perna!!!

Confesso que sinto falta deste momento da luta pela perna mas consigo sempre reviver isso.
Basta visitar os meus pais:)



Manta de Retalhos


Começamos a vida com um quadrado apenas.
A nossa essência vertida naquele pedacinho de pano,numa mão de bebé.
Quem passa por mim deixa um pouco de si e às vezes leva muito pano para mangas.

Assim a manta cresce.
Com jeito ou sem querer, os retalhos fazem os seus padrões e desenhos.
Sussurram-me mensagens.

Deslizo os dedos pela manta, outrora uma tarefa rápida, agora os gesto perdem-se  no tempo.
Mesmo de olhos fechados reconheço as histórias por detrás de cada ponto ou tecido mais gasto.
Recordo o primeiro amor, a maior desilusão, o nascimento do Miguel.
Está tudo aqui, e cada  retalho tem um pedaço de mim.
A  minha história feita em panos Coloridos mas também a tua, do teu pai e de todas as pessoas que
passaram na minha vida.

Um dia será tua, meu filho, para que não esqueças a tua história  e te aqueças com ela na minha ausência.











terça-feira, 29 de maio de 2012

Profissão: PALHAÇA

O título engana um bocado.
Os palhaços são profissionais especializados no "clown".
Arte que desconheço quase por completo.

No entanto para a maioria das pessoas, amigos incluídos, eu sou uma palhaça, porque faço animação.
Muitos desdenham, outros acham piada.
0s pais e crianças quando nos vêm chegar dizem "olha as palhaças!!!!"

Odeio esta descrição...
Imprecisa e indelicada.
Não traduz a essência da profissão:
Animar é criar sorrisos.

Tomar a poção mágica da Alice e encolher, encolher até caber na porta dos sonhos.
Viajar pela terra das princesas, mágicos, piratas e super heróis.

É transformar o simples em incrível.

É a profissão que escolhi, que abraço que adoro.

Um dia quando for grande talvez queira ser advogada.
Por enquanto, quero continuar pequenina.









segunda-feira, 28 de maio de 2012

Se brilha, chama TRAÇAS

Sinais, vemo-los por todo o lado.
Na estrada, no supermercado, os correios, enfim, um fartote de sinalização.

Há uma espécie de  pessoas, cada vez mais numerosa,  que parecem ser atraídas por eles, como um chamamento irresistível, como se de um luz brilhante se tratasse. Tão fascinados que ficam que se esquecem do motivo daquela sinalização.

Se já fui mais benevolente em relação a estas traças, agora sinto-me uma verdadeira exterminadora implacável, munida de dum-dum e argumentos.
Eles voam até sítios proibidos e acomodam-se, esperam até poderem alcançar a luz.

Se em alguns  sítios as placas estão meio escondidas, noutros é por demais evidente.

Quem já foi ao Ikea, deve ter uma vaga ideia da caixa exclusiva das grávidas, com placas de informação e grandes placards que assinalam.
Aliás, mais visível, só com luzes de Neon intermitentes.

No entanto, lá estão as traças, sras saudáveis em idade não reprodutora, ou senhores que não apresentam nem gravidez, nem qualquer sinal de serem cidadãos portadores de deficiência.
Com a maior cara de pau, aguardam atendimento prioritário.

Nos centros comercias, especialmente em hipermercados, de todas as cadeias, as traças são maiores, mais chatas e com uma tendência para zumbir.
Acham-se donas de uma prioridade que idealizam!

Já por várias vezes ouvi zunzuns sobre estar na caixa prioritária, acompanhada da minha mãe.
Acham-se as traças, que tiverem a ousadia, de ir para uma caixa que não é sua, de opiniar sobre as compras que a minha mãe  hipoteticamente fez, abusando do direito.
Obviamente que temos que sacar do dum-dum e borrifá-las
. Remetam-se à sua insignificância e mudem de caixa.
Ou definhem debaixo do spray.

O último tipo de bicho parasita é um bicho bem maior, e mais cego.
Uma espécie de mega traça, munida de carros de alta cilindrada.
Tarefa: Estacionar em lugares de grávidas, famílias e pessoas portadoras de deficiência.
Sem remorso ou preocupação, deixam o carro bem à larga...

Nestes casos gostaria mais de aplicar um menir sobre o carro, mas faltam-me a poção mágica e a licitude da acção.
A única coisa que faço é tirar a matrícula e informar os seguranças.

Eu odeio estes traças da sociedade.
O que mais se pode fazer?
O dum-dum não resolve tudo...



domingo, 27 de maio de 2012

Quando o gelado passa a leite

*Está é uma teoria que tenho.
No início de uma relação qualquer homem é um gelado.

Surpreendente e doce. Escondido no congelador não é algo que se coma todos os dias.
Funciona como um delicioso prazer proibido.
Morango, chocolate ou caramelo, a surpresa é constante.
O desejo de o encontrar é sinónimo de entusiasmo

O gelado é porém algo sazonal.
O tempo passa, o gelado desaparece.
Surge a constância do tempo, a rotina e de repente de gelado passamos para leite.

Mau?
De maneira nenhuma!
O gelado em demasia é calórico traz dor de barriga, talvez até remorsos.
O leite é bom para a saúde, transmite rotina mas ao mesmo tempo tranquilidade.

Podemos não ter sempre gelado em casa.
Mas leite, tenho sempre.

E o leite dá para fazer muita coisa...
Um gelado é sempre um gelado


sábado, 26 de maio de 2012

Eu + Tu = Desastre

Desde de tenra idade que conheço a Ana, escoteira como eu, avariada também.
 Amigas desde os meus 12 anos, já são uns bons anitos.

Sempre que nos juntamos a paródia e as "desgraças" são certas.
Parece que o Universo vê na nossa sinergia uma receita mágica para a comédia- trágica.

Certo dia, eu e a Ana procurávamos um sítio, e estava mesmo muito difícil de dar com a coisa.
Parei  o carro, abri a janela e atirei a pergunta a uma sra, que estava no banco da paragem do bus.
A senhora olhou para nós como se tivessemos perguntado a coisa mais estapafúrdia e idiota do universo.
Confusa, reformulei a pergunta.
O olhar manteve-se e colocou a mão perto da orelha.
Como achei que tinha falado baixo, gritei a pergunta.
Olhou para nós, abanou a cabeça e voltou a fazer o gesto perto da orelha.

É surda, disse a Ana por fim...
Como é que não percebemos isso antes?
QUE BURRAS

Melhor, 
Qual a probabilidade de pedir indicações a uma pessoa surda?
Só consegui pedir desculpas envergonhadamente e arrancar

Conclusão: continuámos perdidas... não havia mais ninguém num raio de kms


Amamentar, até...?

A minha mãe foi uma excelente produtora e sempre falamos sobre este assunto.

Talvez por isso nunca tive dúvidas sobre este assunto, sempre quis amamentar.
Conheço os benefícios teóricos e vejo-os gatinhar á minha frente pela sala.
Tenho um bebé saudável, e sei que em muito o devo à amamentação.

É fácil? Não
Vale a pena? Todos os dias

Já não tenho a produção maciça que tinha quando ele nasceu,às vezes até parece que não tenho leite neste momento. Mas ainda lá está!

As mordidelas pontuais são o que mais me faz vacilar.../
A sorte é que a minha teimosia se sobrepõe a estes episódios.



Até quando?
Até ele querer, enquanto houver:)


Espelho Mágico

Este tema é dilema recorrente para muitas mulheres.
Uma espécie de terapia e tortura simultânea.
Para mim, representa uma rotina da manha,antecedida por tira de roupa e preces de melhorias!

2 batidas com o pé, a balança disperta.
Como se de um espelho mágico se tratasse, os números das medições surgem...

Metade não entendo!
O meu espelho mágico deve ser russo.

Quando surge o número...
Suspiro frustrada.

Depois, o discurso:
Esta semana vou deixar as sobremesas e comer mais legumes!

O espelho desliga-se como se me fosse gozar para outro lado.

Se eu sei o que devo fazer ,porque raio ,simplesmente não o faço?







sexta-feira, 25 de maio de 2012

Estou a caminho!

Toda a gente me avisou que passava depressa, mas tão depressa?

Ainda ontem era o mais pequeno bebé que vi na minha vida. De repente vejo um bebé redondo, de olhos claros, rosado e curioso.

Preguiçoso, demorou a girar sobre si, mover-se de forma alguma.
Timidamente lá começou a tactear o chão, testando movimentos, resmungando nas tentativas frustradas.
Pouco tempo depois, procurou na segurança dos meus braços, testar os seus pés no chão.
Rapidamente começou a rastejar, deslizando graciosamente.

Agora vejo tudo a acontecer  a uma velocidade estonteante e ao mesmo tempo quase a velocidade zero.

Passo,pára, passo.
Olha, mexe, avança um pouco mais.
Mais um passo, as mãos agitam-se no ar com orgulho óbvio.
Mais alguns passos e sorri abertamente para mim!
Solta uns guinchinhos de excitação, e com sorte talve solte  um "Mõmã"
Acelera, tropeça e resmunga.

Em cada passo sinto a sua confiança aumentar.


Enterneço-me por saber que caminha na minha direcção.
Procura os meus braços, como meta, a minha voz como incentivo,

Sou a mãe, o porto de abrigo.












À espera que o telefone toque

Já me tinha esquecido desta sensação horrível...
Independentemente do motivo, esperar que o telefone toque, sobretudo por coisas importantes, é uma tortura.
Mil vezes olho para o ecrãn, som, bateria.
Limpo o visor, arrumo e desarrumo o telefone.
Projecto, justifico, desespero.

E na minha cabeça,
há sempre uma desculpa, um problema, qualquer impedimento de força maior para que a chamada não venha.
E por isso, espera-se....

Até tocar ou desistirmos.
Hoje ainda não consegui desisitir. Não quero, não posso.
Mais uma hora talvez.

Continuo à espera
 

Bichos Atletas, Fujam!!!

Mais um tesourinho do baú...

Estávamos em mais umas férias em família no Algarve.
Corria o ano de 96.
Sol abrasador, fatos de banhos pirosos e cabelos extremamente longos, éramos as 3 do costume, a dar cabo da cabeça dos pais.

Este Verão ficou, literalmente, na nossa cabeça.
Com as tenras idades de 11, 8 e 6 anos, éramos ainda inconscientes os perigosos atletas em salto em altura.

Numa bela manhã, estava eu a pentear a minha irmã mais nova, quando me deparo com algo bizarro e inédito.
Bichos atletas, em grande velocidade, pela cabeça da minha irmã.
E não estou a falar de 3 ou 4 bichos, mas de toda a família!

Mãe!- chamei eu
-Estão bichos a fazer corridas na cabeça da Inês!

O choque ficou fixado nos olhos bem abertos da minha mãe, ao comprovar que não se tratava de mais uma das nossas invenções.

No mesmo dia começou a perseguição e purga dos atletas.
Decidida, a minha mãe armou-se de quitoso, sabão de alcatrão, pentes e toalhas.
Sentadas numa pequena cadeira de plástico dentro da banheira a morte dos bichinhos começou.
Este momento poderia bem ser acompanhado pela a músico do old spic (a do anúncio antigo, no barco).

Todos os dias, o massacre se repetiu, e os bichos atletas foram perdendo a velocidade.
Primeiro na Inês, depois na Cláudia.
Na minha cabeça as corridas pareciam continuar, como se os bichos atletas tivessem ganho velocidade, ou imunidade.
Ficaram assim barricados, no meu cabelo longo com cachos doirados.
Até aquele dia...

A minha mãe já tinha esgotado do stock do quitoso, os bichos corriam gozando com ela, por isso, agiu.
Descemos as escadas a passos rápidos e sentei-me na cadeira do cabeleireiro.
A carniceira cortou com prazer. Os minutos pareciam horas infindáveis, ao compasso de uma tesoura louca.

 Por fim, parou. O meu cabelo lindo no chão. Quando me olhei ao espelho ia tendo um ataque...
O meu cabelo brilhante e forte, cortado mais curto que eu sei lá, tomava agora a forma estranha de...
Sim, isso mesmo, um Candeeiro!

Os bichos atletas encurralado pela luz, morreram.
Eu fiquei com uma alcunha malvada







quinta-feira, 24 de maio de 2012

Danças Nocturas...

Dormir sozinho é fácil,
Eu e a minha cama tinhamos um entendimento perfeito sobre a melhor posição para dormir.
De barriga para baixo ou de joelhos encostados à parede, ela não se queixava!
Nem a baba na almofada a fazia ranger a madeira.

Mudou-se a casa, cresceu a família e a cama aumentou.
1.90m x  2m  de espaço para dar largas ao sono e mais uns bónus....
Uau, espaço e mais espaço para partilhar, ora ai está a palavra temida.

De repente a minha camita, de corpo e meio pareceu-me uma luxúria nocturna.
Repleta de possibilidades infinitas e egoístas!

Para somar  a isto,o Bruno gosta de dormir com espaço. Aliás, é perito em ultrapassar a LINHA.

A LINHA é uma fronteira invisível que divide perfeitamente a cama em duas metades iguais.
A minha e a dele...

A LINHA não tem sido respeitada e  abriram-se as hostilidades nos lençois!
Pernas por cima, braços por baixo, puxa lençol ou edredon...
Vale tudo.

Armas Letais:
Bruno: Roncos violentos
Sofia: Joelhos nos Rins
Miguel: Gritos
Mel: Dormir em cima das pernas das pessoas

São as danças nocturnas, de uma família "normal"



Em memória de um Apêndice


Viveu 27 de anos de pândega intestinal.
Foi o seu excesso de confiança que o levou...

Apostou com o pâncreas que conseguia reter a respiração durante 4 dias.
Ganhou a aposta, perdeu  a vida.
Faleceu a 2 de Janeiro de 2012

 Viu literalmente a luz laparoscópica, vinda das profundezas.

Foi feliz!

Apenas Mel

Gosto muito de animais mas adoro cães.

Foi lógico, quando sai de casa, chatear o gaijo para arranjarmos um bichinho.
Ele não queria ter mais desgostos, eu simplesmente não me quis conformar.

Quis o destino dar-me uma mão.
Certo dia, faz agora 3 anos, vi um cachorrito de ar louco a saltarica pela rua, pêlo castanho e salpicado de manchas brancas, nariz arrebitado, também castanho, e uns olhos doces e despreocupados.
Saúdo-me com alegria, mas tinha coleira, achei que tinha dono.

No dia seguinte voltei a encontrar o cachorrito, olhar triste, sentada num passeio, já longe da minha rua.
O meu coração partiu-se em mil pedaços.
Parei o carro e chamei por ele.
Veio de imediato ao meu encontro.
Enrolou-se no banco da frente e adormeceu.

Era apenas um bebé assustado, e afinal uma cadelita!

Entrou  sem nome na minha vida mas   ficou Mel.
Mel a cachorra que me roubou  o coração.

O Meu Reino Por Um Banho

Trazer um recém nascido saudável para casa,é um sonho tornado realidade.
Qualquer mãe dirá isso.

O que muito poucas referem, infelizmente, são as linhas onde termina o sonho e começa a realidade.

Uma recém mamã tem que lidar com um sem número de adaptações, tanto físicas, como emocionais como de organização e logística.

As tarefas mais simples desmultiplicam-se no tempo, o bebé assim o exige.
E as necessidades da mãe ficam para trás.

Fiquei reduzida ao reduto primitivo do sono, comida, banho.
Banhooo, ahhhh, quantos suspiros larguei por um banho.
Tal e qual sonho distante e longíquo.
Não digo banho de jacuzzi, com frutas à beira da àgua e um jovem escultural a servi-las.
Nem banho de espuma, numa banheira redonda rodeada de  velas.
Digo, banho de chuveiro, 5mn  de privacidade, calma e sobretudo silêncio.


No primeiro mês, poucos banhos tomei, 1,5 banhos por semana é uma média bastante fidedigna.
Se eu fosse um bonequinho do Sims, estaria rodeada de visco verde, infeliz,e algumas moscas a pairar..

Chocados?
Tentem pensar que,
Eu dormia 2h a 4h por noite e  dava de mamar durante 1h hora(em intervalos iguais ou inferiores a 2h)..
O resto do meu tempo "livre" era para mudar fraldas recheadas e  acalmar o meu bebé chorão.

Por isso o banho perdia-se no pensamento e passava para nº3 das minhas 3prioridades.

Escasso, é verdade, mas quando acontecia, era a melhor sensação do mundo!
Só a Àgua e eu
O resto eram miragens e sons distantes sem qualquer importância.
Disfrutava de  cada segundo, gota e ensaboabela de paz que recebia daquele momento.

Depois, a porta abria-se e a realidade entrava com um choro, muito audíve por sinall, de um  bebé que exigia a presença da mãe, Eu.

Renovada pelo banho sentia a energia no máximo, pronta para qualquer batalha da maternidade!

Aí pelas 4h da manhã, esgotada e descabelada, o pensamento voltava a soar na minha cabeça.

"O meu reino, por um banho"














quarta-feira, 23 de maio de 2012

O comando é meu!!!!

5 pessoas
2 pais
3 crianças
1 Tv com 200 canais
(A da cozinha era só tugaland )

Como gerir cinco gostos televisivos, sem ofender os bons costumes e a ordem pública?
Impossível, dirão alguns.
Outros, por certo, imaginam chapadas, tiroteios e carros de polícia de intervenção rápida...
Outros ainda, mangueiradas nos manifestantes para dispersar...

Nada disso.
O gangue das irmãs, obedecia a um código ancestral, não escrito mas cheio de força de lei!

1º Regra
O primeiro a chegar à sala fica com o comando

2ª Regra
O detentor/possuidor do comando escolhe a programação para as massas

3ª Regra
Quem abandonar o comando para ir, onde quer que seja, perde o poder


4ª Regra
O Pai tem direito de mudar/tirar o comando quando quisesse

E a paz reinava em frente à televisão:)

O mito urbano da gasolina 95


Corria o ano de 99,
Sempre andei colada ao meu pai e por isso,
Assistia  com frequência ao abastecimento   do seu bolide, com o ouro negro chamado gasolina 95.
A coisa sempre me intrigou bastante...

Que coisa estranha, pensava como os meus botões...
O ano 95 deve ter a melhor gasolina, a única boa para ser fabricada.
E a de 98, essa ainda deve ser muito melhor!!!

Os anos passaram...
A gasolinha continuava a ser de 95...
Epá... Não pode ser!!- pensei

Então um dia, tal criança que descobre que o Pai Natal não existe, ouvi falar de um bicho
chamado Octanas...


Ahhhhh, agora faz sentido...
Ups

Parto normal?Nem por isso

O Miguel é uma criança muito despachada, se calhar até demais.

Fica aqui o relato do parto dele.

Dia 8 de Maio, Domingo fizemos 35 semanas!
Uau, já só faltam 5 semanas para conhecermos o nosso bebé, pensei eu.

Não tinham que ser 5 semanas...
Nessa mesma noite comecei com contracções, acordava constantemente com uma dor incomodativa, que ia e vinha Já nem tinha posição para dormir.

2fº
De manhã já nem fui trabalhar e avisei o meu marido que provavelmente iria para o hospita,l confirmar se estava tudo bem.
Fiz a triagem de manhã e disseram-me que teria que fazer o CTG da parte da tarde, por isso ainda fui almoçar à minha mãe.

Entretanto a minha irmã do meio estava cheia de vómitos e acabou por ser ajudada a vomitar no wc por uma grávida.(o quê?)

Quando fiz o CTG à tarde acusou logo contracções regulares de 10 em 10 mn, fiquei a soro no corredor.
Para tentar acalmar o bichinho.

Mas quando voltei a fazer o CTG as contracções estavam de 5 em 5 minutos...
Fizeram-me o toque (que é perfeitamente horrível) e a médica disse:
-" você tem o colo apagado a 80% e 2 dedos de dilatação...
Está a perder rolhão mucoso
Vai ficar internada."

Sabem quando nos filmem, dão más notícias,  a personagem fica a ver tudo muito ao longe? Tal e qual
O meu coração caiu no chão... eu não estava preparada para nenhum parto.
Muito menos para ter nos braços um prematuro de 35 semanas. (8meses e pouco)
Deram-me a roupa do hospital e colocaram-me numa salinha de dilatação ligada ao CTG.
As horas passaram e a criança  não nasceu.

Mandei o Bruno para casa descansar.
Eu fiquei internada...

3ªf
Voltei a descer para o bloco com contracções e o bebé não quis nascer.
Ainda bem , por um lado, por outro....

4ªf
As coisas acalmaram:) zero contracções.
Achei que iria para casa fazer repouso absoluto e esperar por Junho bem quietinha!
Mas nessa madrugada as contracções voltaram....
 
5ªf
As contrações vinham das costas, como agulhas.
 Primeiro de 20 em 20 mn depois cada vez menos espaçadas.


No hospital todos os dias de manhã cedo, ligam as grávidas ao CTG, eu tinha muitas dores mas não acusou nada... apenas uma vez.

Eu, (muitas esperta!!) não me queria queixar com dores, não queria voltar lá a baixo para nada, não queria que me fizessem o toque e  por isso não me queixei muito.

Mais tarde nas rondas quando mencionei o local da dor, disseram que não podiam ser contracções e sim dores de costas.
Fiquei muito aliviada, finalmente, 4 dias depois de ser internada eu ia para casa:)

Não me consegui sequer sentar no carro e as dores continuavam...
ÀS 15h da tarde começaram as contracções a sério, 5 em 5 mn!
 Gritei, podem querer que sim, e gritava tudo outra vez lol.

Fui para a banheira ver se aliviava as dores ao fundo das costas, a barriga cada vez mais dura.
Tive a certeza... é hoje que vais nascer..
Não podias esperar mais um pouco? são só 35 semanas e 4 dias.
16h10...
Quando sai da banheira sentia-me um pouco melhor mas uma náusea terrível fez-me vomitar e quase simultaneamente rebentaram-me as àguas.
E posso dizer-vos que senti um alívio tremendo durante alguns segundos.
Depois as contracções começaram piores que nunca
De 3, em 3mn
Gritei à minha mãe que ligasse ao Bruno.
Deitei-me no sofá com uma toalha entre as pernas e tentei esperar...

Transpirava por todos os poros e cada contracção levava um pouco de mim.
Estava exausta e assustada.
O pior de tudo é que comecei a sentir necessidade de fazer força...
Tinha medo que ele nascesse mesmo ali na sala., no sofá azul da minha sogra.
O Miguel é mais um dos apressadinhos de Junho, pregou ao pai e à mãe um grande susto.
Dia 8 de Maio, Domingo fizemos 35 semanas!
Uau, já só faltam 5 semanas para conhecermos o nosso bebé, pensei eu.
Não tinham que ser 5 semanas...
Nessa mesma noite comecei com contracções, acordava constantemente com uma dor incomodativa, que ia e vinha, já nem tinha posição para dormir.
De manhã já não fui trabalhar e avisei o meu marido que provavelmente iria para o hospital confirmar se estava tudo bem.
Fiz a triagem de manhã e disseram-me que teria que fazer o CTG da parte da tarde, por isso ainda fui almoçar à minha mãe.
Entretanto a minha irmã do meio estava cheia de vómitos e acabou por ser ajudada a vomitar no wc por uma grávida.
Quando fiz o CTG à tarde acusou logo contracções regulares de 10 em 10 mn, fiquei a soro no corredor para ver se acalmava.
Mas quando voltei a fazer o CTG as contracções estavam de 5 em 5 minutos...
Fizeram-me o toque (que é perfeitamente horrível) e a médica disse:
- você tem o colo apagado a 80% e 2 dedos de dilatação...
Está a perder rolhão mucoso
Vai ficar internada.
O meu coração caiu no chão, eu não estava preparada para nenhum parto, para ter nos braços um prematuro de 35 semanas.
Deram-me a roupa do hospital e colocaram-me numa salinha de dilatação ligada ao CTG.
As horas passaram e o babie não nasceu.
Mandei o Bruno para casa descansar.
Eu fiquei internada...
3f voltei a descer para o bloco com contracções e o bebé não quis nascer.
4f as coisas acalmaram:) zero contracções, achei que iria para casa fazer repouso absoluto e esperar por Junho para o babie nascer.
Mas nessa madrugada as contracções voltaram.
Vinham das costas, como agulhas.
Primeiro de 20 em 20 mn depois cada vez menos espaçadas.
No hospital todos os dias de manhã cedo, ligam as grávidas ao CTG, eu tinha muitas dores mas não acusou nada... apenas uma vez.
Eu não me queria queixar com dores, não queria voltar lá a baixo para nada, não queria que me fizessem o toque por isso não me queixei muito.
Nas rondas quando disse onde me doía disseram que não podiam ser contracções e sim dores de costas.
Fiquei muito aliviada, finalmente 4 dias depois de ser internada eu ia para casa:)
Não me consegui sequer sentar no carro e as dores continuavam...
ÀS 15h da tarde começaram as contracções a sério, 5 em 5 mn...
Gritei, podem querer que sim, e gritava tudo outra vez lol.
Fui para a banheira ver se aliviava as dores ao fundo das costas, a barriga cada vez mais dura.
Tive a certeza... é hoje que vais nascer..
Não podias esperar mais um pouco? são só 35 semanas e 4 dias.
16h10...
Quando sai da banheira sentia-me um pouco melhor mas uma náusea terrível fez-me vomitar e quase simultaneamente rebentaram-me as àguas.
E posso dizer-vos que senti um alívio tremendo durante alguns segundos.
Depois as contracções começaram piores que nunca de 3 em 3 mn.
Gritei à minha mãe que ligasse ao Bruno.
Deitei-me no sofá com uma toalha entre as pernas e tentei esperar...
Transpirava por todos os poros e cada contracção levava um pouco de mim.
Estava exausta e assustada.
O pior de tudo é que comecei a sentir necessidade de fazer força...
Tinha medo que ele nascesse mesmo ali na sala.

A ambulância lá chegou e seguimos para o hospital.
Os piores 10km da minha vida, senti cada curva, lomba ou travagem.

Eu só queria fazer força... e acreditem que é impossível contrariar esse impulso do corpo.
Finalmente chegamos ao hospital, a maca a ser empurrada rapidamente pelo corredor,até à zona obstétrica...

Deitei a mão à vagina e senti que a cabeça já ali estava...
De repente apareceu uma equipa que me examinou muito rapidamente e gritaram:
Não há tempo, todos para o bloco!
Só sei que não tiveram tempo de me mudar de maca, apenas de colocar um resguardo por baixo de mim.
De vestido azul e havainas rosa, depois de fazer força apenas 3 vezes, o Miguel nasceu na maca dos bombeiros.
O pai só o viu depois já a ser pesado.
Coitado já não chegou a tempo de ver foi tudo muito rápido.

17h08
Chegou ao mundo a fazer xixi:)
2.550kg
46 cm
Olhei para ele e senti-me completa.

Não levei epidural.
Foi um parto rápido, sei que tive sorte.Também dizem que tive um parto normal...
Eu acho que nem por isso







terça-feira, 22 de maio de 2012

A Mochila da Mulher Moderna

Antigamente as sras, faziam o jantar, pariam e tratavam dos filhos.De vez em quando, se fosse preciso, levavam umas chapadinhas de amor.
Não eram ouvidas para nada.

Emancipação, queima de soutiens, abaixo os espartilhos!!!

Mulheres, votam, trabalham, ocupam cargos de grande relevo em vários planos, são iguais aos homens...
A sério?

Porque é que eu sinto que estamos piores que antigamente?

Trabalhamos fora de casa.
Chegamos a casa e espera-se que o papel de mãe, cozinheira, gestora do lar seja desempenhado graciosamente e de forma exemplar E sem esquecer toda a logística do orçamento familiar.
Claro que além disso temos que estar lindas, maravilhosas e disponíveis...
Sinto-me divida entre querer ser a melhor mãe  e a melhor profissional.
E vejo o tempo escorrer pelos dedos, durante o dia, para ver o miúdo só à hora de jantar.

Mas sei que se ficar em casa, não trago dinheiro para mesa nem promovo a minha ambição profissional.

Carrego às costas a mochila da mulher moderna .
Uma montanha com avalanches de tarefas

Melhor que antigamente? digam-me vocês















segunda-feira, 21 de maio de 2012

Onde está o Wally?

Esta foi descoberta por uma amiga, eu ainda não tinha lido o papel que foi carinhosamente depositado na minha caixa do correio
Atentem!!!

OFERECE

Para trabalhos domésticos, cozinho, passo a ferro,idosos e crianças, limpezas de escadas e escritórios.
Dou boas referências

Pancrácia  955654455

Descobriram o Wally?

Percentil de Amor

O que é um percentil?
pensei quando comecei, ainda grávida, a pesquisar nos muitos livros e  revistas de bebés.
A resposta tardava em surgir...
Depois de uma pesquisa mais extensiva, que incluiu entrevista a amigas com bebés, lá consegui perceber a coisa.
Percentil - serve para, tendo em conta vários parâmetros, verificar se o bebé está de acordo com a média para aquela idade

Ora vejamos...
Eu trouxe para casa um bebé prematuro de 35 semanas e 4 dias, nem bem esticadinho entrava nas curvas ou parâmetros ou seja o que for. 
Era rosa, magrinho e muito pequeno.

Resultado:
As primeiras 2 consultas foram perfeitamente penosas, só queria ouvir dizer está óptimo e já está no percentil 50, as palavras não chegavam e via nessa falta a minha falha de não suprir as necessidades do meu filho.
Agora sei que em parte eram os baby blues a falar.

Às tantas pensei, "Não posso mais pensar assim! São só números!!!"

Completamente verdade, o percentil não me diz quantas vezes ele sorri, diz mamã ou papá ou quantas vezes teve febre.
Diz-vos se ele come bem, sabe lavar os dentes ou  é feliz? Nem pensar!
Para isso existe o percentil do Amor, criado por cada mãe, especialmente para cada bebé.

Análise do Miguel:

Percentil médica....blá blá  5/10 com sorte 25
Percentil do Amor.............90

Fica a questão...
Qual é o melhor e mais completo percentil?






A Nova Segurança Social- Os Pais

Às voltas numa rotunda onde todas as saídas parecem cortadas,
Esta é a sensação de tantas famílias portuguesas.

Quem não tem pais para cuidar dos netos, vê-se obrigado a entregar as crianças a estranhos desde a mais tenra idade, levando o coração pequeno de quem só quer que o relógio acelere até à hora de os ir buscar.
Outras famílias abdicam de um ordenado, afinal esse dinheiro entraria em exclusivo em creches, colégios ou pré escolas.
Depois há outra categoria, a dos mais afortunados, os que tem os avós disponíveis e por perto para cuidar dos netos.
Felizmente tenho a sorte de estar na última categoria. O bebé fica de manhã com a avó, que se for preciso faz a comida toda, leva-o a brincar e interagir com mais família e estímulos.
É bem tratado, talvez até bem demais, faz parte do papel dos avós estragar os netos com mimos!

Contas feitas ao final do mês são 250€ que poupo.
É demasiado dinheiro para ignorar, quando se contam os tostões


Os tempos mudam mas é difícil descolar dos pais em alturas como estas...
Se não contar com a minha família, como quem posso contar?

A velha segurança social.... só dá a quem não tem nada de nada
Os outros são ricos!











1ª visita às Urgências

Sinceramente sinto que não me posso queixar...
 mais  de 365 dias volvidos do nascimento do meu chabanico, uma  única visita ao hospital e nunca teve febre... Quantos pais podem dizer o mesmo?
Creio que não serão assim tantos quantos gostaria.

O que nos levou a quebrar este registo imaculado de saúde não foi, felizmente, nada de grave.
Muito comichão, pele vermelha manchada e muito seca.

O Sr. Chabanico consegui transformar as rugas de preocupação de tantos pais na sala de espera em esboços de sorrisos.
Ele dizia adeus, sorria para as pessoas e percorreu quase metade das cadeiras da sala de espera em grande estilo.
Ainda teve a lata de bater palmas para a médica e fazer o tradicional "pôr ao ovo no buraquinho", com as suas mãos rechonchudas.

Diagnóstico: possível eczema
Pai stressada e mãe com fome
Tratamento: oleobam creme e gel de banho-Chabanico
cachimbo- pai
sofá e séries pirosas- mãe







domingo, 20 de maio de 2012

A festa da Taça

O dia amanheceu chuvoso para todos, menos para os corajosos e radiosos adeptos, que vieram de todo o país e talvez estrangeiro para assistir a este mítico evento.

Mais agasalhados ou menos, impermeável, cachecol e mini, são apenas alguns dos muitos itens que vejo passar por aqui.

Depois claro, a polícia de cara fechada, olhando as infindáveis filas de pacientes adeptos, que anseiam por um horizonte de estacionamento caótico e Porco no espeto!
No carro provavelmente a doce geleira azul para animar os convivas.

Independentemente de rivalidades ou preferências clubísticas tem que se apreciar esta final, num estádio mais para lá do que para cá mas tal e qual bifana de estabelecimento duvidoso e molho de 2 semanas, tem um gosto especial e inexplicável.



sábado, 19 de maio de 2012

Boa Educação? Não obrigada

Quantos vezes quis dizer mas não disse,
Porque não era boa educação!
Quantas vezes disse por metade...
Afinal não se trata de mentira,
É apenas outra forma de dizer,
Para não magoar ninguém

Guarda, encher, amaciar...
Para bem de quem ou do quê?
Da boa educação?

Melhor seria dizer a verdade
Esquecer os meandros das meias palavras
Deixar os meios sorrisos
Ou os óculos cor de rosa.
Boa ideia?

Não prefere a boa educação,
Que calce as botas de cabedal
Dizendo bem ou mal,
Diga apenas a verdade?
Dizem que não,que  fica mal

Boa educação?Não obrigada, passo
Antes uma colherada de verdade
que a doce e dengosa degustação desta
Chamada boa educação.

Não gostas? Paciência
Ao menos tem a decência de o dizer abertamente

Esquece essa tal "Boa educação"




Wrestling e barbies

Esta publicação tem pano para mangas, velas, edredons, enfim uma panóplia de vestimentas e por isso prometo desde já mais capítulos.
Afinal de contas a família é fonte das mais diversas recordações e algumas novelas, certo?
Pelo menos na minha família sim:)
As minhas irmãs são duas, a Cláudia e a Inês  juntas eramos um grupo só equiparável aos irmãs metralha.
Aliás não é por acaso que esses também são 3!!
Sinceramente depois de tudo o que fizemos aos meus pais, nem como como tive coragem de me aventurar pela maternidade:)

Recordo-me particularmente  de um episódio em que brincávamos  com as barbies...
Esta brincadeira requeria toda uma logística digna de uma rodagem de filme,
Era preciso vestir as barbies, arranjar as 3 casas das sras, com coisas normais e outra menos ... tipo o frigorífico feito com o guarda jóias da minha mãe, colocar o carro e o cavalo no sítio.
As bonecas até tinham direito a acampamentos improvisados com dossiers e panos do pó.
Contas feitas eram 2h a montar o cenário para depois...
 a coisa não durar mais de 30mn... aos 31 minutos já chovia chapada, insultos e barbies pelo ar.
Wrestling e barbies ao nível do programa  da televisão.


O engraçado é que apesar de todas as  mazelas nódoas negras e outras diferenças sempre funcionamos como uma pedra  de várias faces, completamo-nos verdadeiramente.
Qualquer coisa como um contrato distorcido " para te chatear a ti e dar cabo dos que te magoarem"

Não podia viver sem elas, mas sinceramente, não queria voltar a viver com elas!!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A importância do Silêncio

Cresci numa casa barulhenta,3 filhas 1 cão, 2 coelhos, tartarugas, peixes e até bichos da seda, enfim, uma festa.
Durante uma certa altura procurei desesperadamente o meu espaço, quer fosse na casa de banho ou no quarto de porta fechada mas a missão parecia particularmente IMPOSSÍVEL!
Anos mais tarde tudo mudou quando sai de casa... o silêncio batia nas paredes para depois se atirar contra a minha cara, género atleta de alta competição de trampolim... e o engraçado é que eu só queria fugir dele!!
Das paredes vazias que me faziam sonhar com a minha casa caótica
Resultado:  apanhei uma cadelita da rua e o silêncio deixou o trampolim para bater à porta apenas quando era oportuno ou quando a Mel (a cadelita se revoltava contra a sua vida de cão, perto da janela).
ahhh que maravilha pensei.
Agora temos um bebé em casa e parece-me que a minha antiga  casa barulhenta é um jardim Zen com fontes luxuriantes e peixinhos laranjas a chapinhar perto da superfície.
O silêncio não me abandou  mas tornou-se um amante
Vem apenas pela calada noite escura, subindo devagar para a minha cama e docemente   enroscar~-se  em mim.
Mal me habituo  à sua presenç quando... o meu despertador de olhos azuis já exige a minha presença para mais um dia.

A questão que deixo no ar é apenas esta,
Porque desejamos tão ardentemente aquilo que não temos, para mudar de ideia quase instantaneamente?
Dá que pensar...




terça-feira, 15 de maio de 2012

o gosto da caneta

Desde que comecei a pegar numa caneta, lembro-me de gostar de brincar com as palavras e idealizar histórias.
Escrever sobre tudo e nada, empregando palavras novas só por gozo, deleitando-me nos delírios da minha imaginação.
Olhava para as minhas mãos e via os riscos de quem escreve sem jeito.
Mais tarde, na adolescência, comecei a dedicar-me à escrita mais exigente dos poemas, ao espartilhar de sentimentos em rimas por vezes sem nexo,  só que eventualmente parei...
Não sei bem porquê nem quando, mas simplesmente guardei a caneta e arrumei as divagações.
Hoje, pela primeira vez em muito tempo, voltei a sentir o turbilhão de palavras a aflorar à minha cabeça,atropelando-se e fazendo a mente acelerar, tal copo transbordante de àgua.
E assim me apresento, apenas eu, despida de mais qualquer coisa que seja, apenas eu e  histórias de mim com um toque de mais qualquer coisa.
Eu... com o Pé no Chão mas sempre de dedo no ar;)