quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nas catacumbas do estudo

Haverá alguma coisa pior do que estudar quando toda a gente vai para a praia, passear, ao Rock in Rio?
Ou simplesmente não faz nada?
Não me parece.

A minha grande dificuldade pessoal é começar a estudar. Pegar nos livros e marcadores e começar.
Parece que mil e uma coisa se tornam urgentes e inadiáveis, estudar é que não é prioritário.
Depois uma pessoa olha para o relógio, que acelera loucamente e a nossa vontade surge.
Ou não...
Depende do dia.

A minha desculpa era, tenho que postar no blogue hoje.
Pronto já está.

Agora não tenho mais desculpas.



Guerras de Quintais

Toda a gente tem vizinhos!
E os vizinhos são todos diferentes.
Cuscos ou trombudos, simpáticos ou freaks, eles andam pelos prédios.

Posso dizer que tenho uns vizinhos espectaculares.
Muito prestáveis e simpáticos.
Daqueles a quem pedimos ovos ou levamos bolinhos.
5 estrelas!

Mas, há 1 vizinho no prédio do lado que me tira do sério...

Passo a explicar:
Em frente aos dois Prédios existe uma ampla zona comum em ladrilho vermelho cercada de canteiros com hera.

Esta zona comum serve tanto o propósito de lazer como o propósito de cargas e descargas.

Com frequência, recorro à modalidade cargas e descargas...
Miguel, compras, livros, coisas de bebé e às vezes a minha cachorra mel.
Trazer isto tudo, tendo carro longe, sozinha, não é tarefa fácil e ter essa opção de colocar o carro mesmo a jeito é maravilhoso.

Só mais recentemente reparei que o vizinho X, do prédio contínguo ao meu tem bloqueado sucessivamente o acesso a esse espaço.
Primeiro achei que era mania da perseguição mas confirmei que é real..

Trocas de olhares furtivos, tentativas de chegar primeiro a casa, enfim estão abertas as hostilidades ainda civilizadas de uma guerra de quintas morna mas feroz.

Gostava de lhe esfregar caca d cão no limpa pára brisas... Mas é muito óbvio.
Não posso fazer nada e por isso, imagino.

Custa-me a atitude do sr. X .
Ele sabe perfeitamente o quão carregada ando.
Parece retirar alguma género de prazer desta situação.

Enfim, todos temos histórias de guerras com vizinhos, verdade?

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ciclista mas pouco pedalante

Numa das minhas inúmeras actividades escutistas, tivemos um dia para fazer um trajecto de bicicleta.
Adoro andar de bicicleta mas não sou a melhor pedalante do bairro.

Recordo-me de ser um dia de Verão, daqueles muito quentes.
Tinhamos tomado um atalho por uma estrada secundária de pedra e cascalho.
As malas estalavam ressequidas pela falta de Àgua.
Fomos andando até uma zona bastante arborizada, cheia de curvas.
Eu ia na cauda do pelotão, para variar.
Numa curva mais apertada e de grande declive a bicicleta ganhou velocidade.
Lá em baixo as pessoas tinham começado a desmontar das bicicleta.
Eu vou conseguir, eu vou conseguir- repeti de mim para mim mesma.

A bicicleta acelerava nos solavancos de um terreno irregular.
A àgua aproximava-se a uma velocidade estonteante...
Vou conseguir,só podia|
No meio da adrenalina e receio soltei o meu grito do Ipiranga:
"QUE SE LIXEEEEEEE!!!!!"
Parecia eu uma verdadeira exploradaro intrépida, pronta a passar o Rio Tejo e depois subir os Himalaias.

A bicicleta subiu um metro, abrandou num calhau e caiu para o lado.

Risota geral !






Pernas, para que te quero!!

Domingo na casa dos meus pais, era dia de comida feita fora de casa.
Pizza ou frango eram os mais pedidos da malta.

Se a pizza era um dia mais ou menos harmonioso, dentro do caos mundano, o frango tinha uma história bem mais complicada.

Toda a gente tem uma parte preferida do frango, a primeira peça suculenta que salta para o prato ainda vazio e faz tinir a loiça.
Há quem goste da asa, do peito, do pescoço, da coxa ou então da Perna...
Na minha casa, com excepção da minha mãe, todos queriam a perna!!
A gloriosa parte suave do frango,quase doce, e fácil de agarrar.
Ahhhh perna de frango

O meu pai era o primeiro a abrir hostilidades, reinvindicando a perna para o macho alfa (também o único).
Como não há frangos com 4 pernas, infelizmente, a coisa nunca corria bem.
-" Da outra vez eu não comi a perna"- gritava a minha irmã
-"A perna hoje é minha"- choramingava a outra.

Com alguns gritos e apelos ao bom senso a refeição lá se desenrolava, uns mais felizes do que outros.

Mas velhos hábitos custam a morrer.
E nas primeiras vezes que partilhei frango com o Bruno o episódio da perna repetiu-se.
No entanto teve um final inesperado.

Mal me lancei eu, furiosamente, de garfo em riste a perna a escassos centímetros e...........................................
e..............................................
Nada.
Ele não fez um único gesto.
Incrédula, questionei sobre o porquê, ilógico, de nada ter feito.
-"Gosto de peito"- disse com serenidade

Anjos cantaram na minha mente, e uma luz incidiu sobre ele.
O homem perfeito, pensei, nunca vai querer roubar a MINHA perna!!!

Confesso que sinto falta deste momento da luta pela perna mas consigo sempre reviver isso.
Basta visitar os meus pais:)



Manta de Retalhos


Começamos a vida com um quadrado apenas.
A nossa essência vertida naquele pedacinho de pano,numa mão de bebé.
Quem passa por mim deixa um pouco de si e às vezes leva muito pano para mangas.

Assim a manta cresce.
Com jeito ou sem querer, os retalhos fazem os seus padrões e desenhos.
Sussurram-me mensagens.

Deslizo os dedos pela manta, outrora uma tarefa rápida, agora os gesto perdem-se  no tempo.
Mesmo de olhos fechados reconheço as histórias por detrás de cada ponto ou tecido mais gasto.
Recordo o primeiro amor, a maior desilusão, o nascimento do Miguel.
Está tudo aqui, e cada  retalho tem um pedaço de mim.
A  minha história feita em panos Coloridos mas também a tua, do teu pai e de todas as pessoas que
passaram na minha vida.

Um dia será tua, meu filho, para que não esqueças a tua história  e te aqueças com ela na minha ausência.











terça-feira, 29 de maio de 2012

Profissão: PALHAÇA

O título engana um bocado.
Os palhaços são profissionais especializados no "clown".
Arte que desconheço quase por completo.

No entanto para a maioria das pessoas, amigos incluídos, eu sou uma palhaça, porque faço animação.
Muitos desdenham, outros acham piada.
0s pais e crianças quando nos vêm chegar dizem "olha as palhaças!!!!"

Odeio esta descrição...
Imprecisa e indelicada.
Não traduz a essência da profissão:
Animar é criar sorrisos.

Tomar a poção mágica da Alice e encolher, encolher até caber na porta dos sonhos.
Viajar pela terra das princesas, mágicos, piratas e super heróis.

É transformar o simples em incrível.

É a profissão que escolhi, que abraço que adoro.

Um dia quando for grande talvez queira ser advogada.
Por enquanto, quero continuar pequenina.









segunda-feira, 28 de maio de 2012

Se brilha, chama TRAÇAS

Sinais, vemo-los por todo o lado.
Na estrada, no supermercado, os correios, enfim, um fartote de sinalização.

Há uma espécie de  pessoas, cada vez mais numerosa,  que parecem ser atraídas por eles, como um chamamento irresistível, como se de um luz brilhante se tratasse. Tão fascinados que ficam que se esquecem do motivo daquela sinalização.

Se já fui mais benevolente em relação a estas traças, agora sinto-me uma verdadeira exterminadora implacável, munida de dum-dum e argumentos.
Eles voam até sítios proibidos e acomodam-se, esperam até poderem alcançar a luz.

Se em alguns  sítios as placas estão meio escondidas, noutros é por demais evidente.

Quem já foi ao Ikea, deve ter uma vaga ideia da caixa exclusiva das grávidas, com placas de informação e grandes placards que assinalam.
Aliás, mais visível, só com luzes de Neon intermitentes.

No entanto, lá estão as traças, sras saudáveis em idade não reprodutora, ou senhores que não apresentam nem gravidez, nem qualquer sinal de serem cidadãos portadores de deficiência.
Com a maior cara de pau, aguardam atendimento prioritário.

Nos centros comercias, especialmente em hipermercados, de todas as cadeias, as traças são maiores, mais chatas e com uma tendência para zumbir.
Acham-se donas de uma prioridade que idealizam!

Já por várias vezes ouvi zunzuns sobre estar na caixa prioritária, acompanhada da minha mãe.
Acham-se as traças, que tiverem a ousadia, de ir para uma caixa que não é sua, de opiniar sobre as compras que a minha mãe  hipoteticamente fez, abusando do direito.
Obviamente que temos que sacar do dum-dum e borrifá-las
. Remetam-se à sua insignificância e mudem de caixa.
Ou definhem debaixo do spray.

O último tipo de bicho parasita é um bicho bem maior, e mais cego.
Uma espécie de mega traça, munida de carros de alta cilindrada.
Tarefa: Estacionar em lugares de grávidas, famílias e pessoas portadoras de deficiência.
Sem remorso ou preocupação, deixam o carro bem à larga...

Nestes casos gostaria mais de aplicar um menir sobre o carro, mas faltam-me a poção mágica e a licitude da acção.
A única coisa que faço é tirar a matrícula e informar os seguranças.

Eu odeio estes traças da sociedade.
O que mais se pode fazer?
O dum-dum não resolve tudo...



domingo, 27 de maio de 2012

Quando o gelado passa a leite

*Está é uma teoria que tenho.
No início de uma relação qualquer homem é um gelado.

Surpreendente e doce. Escondido no congelador não é algo que se coma todos os dias.
Funciona como um delicioso prazer proibido.
Morango, chocolate ou caramelo, a surpresa é constante.
O desejo de o encontrar é sinónimo de entusiasmo

O gelado é porém algo sazonal.
O tempo passa, o gelado desaparece.
Surge a constância do tempo, a rotina e de repente de gelado passamos para leite.

Mau?
De maneira nenhuma!
O gelado em demasia é calórico traz dor de barriga, talvez até remorsos.
O leite é bom para a saúde, transmite rotina mas ao mesmo tempo tranquilidade.

Podemos não ter sempre gelado em casa.
Mas leite, tenho sempre.

E o leite dá para fazer muita coisa...
Um gelado é sempre um gelado


sábado, 26 de maio de 2012

Eu + Tu = Desastre

Desde de tenra idade que conheço a Ana, escoteira como eu, avariada também.
 Amigas desde os meus 12 anos, já são uns bons anitos.

Sempre que nos juntamos a paródia e as "desgraças" são certas.
Parece que o Universo vê na nossa sinergia uma receita mágica para a comédia- trágica.

Certo dia, eu e a Ana procurávamos um sítio, e estava mesmo muito difícil de dar com a coisa.
Parei  o carro, abri a janela e atirei a pergunta a uma sra, que estava no banco da paragem do bus.
A senhora olhou para nós como se tivessemos perguntado a coisa mais estapafúrdia e idiota do universo.
Confusa, reformulei a pergunta.
O olhar manteve-se e colocou a mão perto da orelha.
Como achei que tinha falado baixo, gritei a pergunta.
Olhou para nós, abanou a cabeça e voltou a fazer o gesto perto da orelha.

É surda, disse a Ana por fim...
Como é que não percebemos isso antes?
QUE BURRAS

Melhor, 
Qual a probabilidade de pedir indicações a uma pessoa surda?
Só consegui pedir desculpas envergonhadamente e arrancar

Conclusão: continuámos perdidas... não havia mais ninguém num raio de kms


Amamentar, até...?

A minha mãe foi uma excelente produtora e sempre falamos sobre este assunto.

Talvez por isso nunca tive dúvidas sobre este assunto, sempre quis amamentar.
Conheço os benefícios teóricos e vejo-os gatinhar á minha frente pela sala.
Tenho um bebé saudável, e sei que em muito o devo à amamentação.

É fácil? Não
Vale a pena? Todos os dias

Já não tenho a produção maciça que tinha quando ele nasceu,às vezes até parece que não tenho leite neste momento. Mas ainda lá está!

As mordidelas pontuais são o que mais me faz vacilar.../
A sorte é que a minha teimosia se sobrepõe a estes episódios.



Até quando?
Até ele querer, enquanto houver:)


Espelho Mágico

Este tema é dilema recorrente para muitas mulheres.
Uma espécie de terapia e tortura simultânea.
Para mim, representa uma rotina da manha,antecedida por tira de roupa e preces de melhorias!

2 batidas com o pé, a balança disperta.
Como se de um espelho mágico se tratasse, os números das medições surgem...

Metade não entendo!
O meu espelho mágico deve ser russo.

Quando surge o número...
Suspiro frustrada.

Depois, o discurso:
Esta semana vou deixar as sobremesas e comer mais legumes!

O espelho desliga-se como se me fosse gozar para outro lado.

Se eu sei o que devo fazer ,porque raio ,simplesmente não o faço?







sexta-feira, 25 de maio de 2012

Estou a caminho!

Toda a gente me avisou que passava depressa, mas tão depressa?

Ainda ontem era o mais pequeno bebé que vi na minha vida. De repente vejo um bebé redondo, de olhos claros, rosado e curioso.

Preguiçoso, demorou a girar sobre si, mover-se de forma alguma.
Timidamente lá começou a tactear o chão, testando movimentos, resmungando nas tentativas frustradas.
Pouco tempo depois, procurou na segurança dos meus braços, testar os seus pés no chão.
Rapidamente começou a rastejar, deslizando graciosamente.

Agora vejo tudo a acontecer  a uma velocidade estonteante e ao mesmo tempo quase a velocidade zero.

Passo,pára, passo.
Olha, mexe, avança um pouco mais.
Mais um passo, as mãos agitam-se no ar com orgulho óbvio.
Mais alguns passos e sorri abertamente para mim!
Solta uns guinchinhos de excitação, e com sorte talve solte  um "Mõmã"
Acelera, tropeça e resmunga.

Em cada passo sinto a sua confiança aumentar.


Enterneço-me por saber que caminha na minha direcção.
Procura os meus braços, como meta, a minha voz como incentivo,

Sou a mãe, o porto de abrigo.












À espera que o telefone toque

Já me tinha esquecido desta sensação horrível...
Independentemente do motivo, esperar que o telefone toque, sobretudo por coisas importantes, é uma tortura.
Mil vezes olho para o ecrãn, som, bateria.
Limpo o visor, arrumo e desarrumo o telefone.
Projecto, justifico, desespero.

E na minha cabeça,
há sempre uma desculpa, um problema, qualquer impedimento de força maior para que a chamada não venha.
E por isso, espera-se....

Até tocar ou desistirmos.
Hoje ainda não consegui desisitir. Não quero, não posso.
Mais uma hora talvez.

Continuo à espera
 

Bichos Atletas, Fujam!!!

Mais um tesourinho do baú...

Estávamos em mais umas férias em família no Algarve.
Corria o ano de 96.
Sol abrasador, fatos de banhos pirosos e cabelos extremamente longos, éramos as 3 do costume, a dar cabo da cabeça dos pais.

Este Verão ficou, literalmente, na nossa cabeça.
Com as tenras idades de 11, 8 e 6 anos, éramos ainda inconscientes os perigosos atletas em salto em altura.

Numa bela manhã, estava eu a pentear a minha irmã mais nova, quando me deparo com algo bizarro e inédito.
Bichos atletas, em grande velocidade, pela cabeça da minha irmã.
E não estou a falar de 3 ou 4 bichos, mas de toda a família!

Mãe!- chamei eu
-Estão bichos a fazer corridas na cabeça da Inês!

O choque ficou fixado nos olhos bem abertos da minha mãe, ao comprovar que não se tratava de mais uma das nossas invenções.

No mesmo dia começou a perseguição e purga dos atletas.
Decidida, a minha mãe armou-se de quitoso, sabão de alcatrão, pentes e toalhas.
Sentadas numa pequena cadeira de plástico dentro da banheira a morte dos bichinhos começou.
Este momento poderia bem ser acompanhado pela a músico do old spic (a do anúncio antigo, no barco).

Todos os dias, o massacre se repetiu, e os bichos atletas foram perdendo a velocidade.
Primeiro na Inês, depois na Cláudia.
Na minha cabeça as corridas pareciam continuar, como se os bichos atletas tivessem ganho velocidade, ou imunidade.
Ficaram assim barricados, no meu cabelo longo com cachos doirados.
Até aquele dia...

A minha mãe já tinha esgotado do stock do quitoso, os bichos corriam gozando com ela, por isso, agiu.
Descemos as escadas a passos rápidos e sentei-me na cadeira do cabeleireiro.
A carniceira cortou com prazer. Os minutos pareciam horas infindáveis, ao compasso de uma tesoura louca.

 Por fim, parou. O meu cabelo lindo no chão. Quando me olhei ao espelho ia tendo um ataque...
O meu cabelo brilhante e forte, cortado mais curto que eu sei lá, tomava agora a forma estranha de...
Sim, isso mesmo, um Candeeiro!

Os bichos atletas encurralado pela luz, morreram.
Eu fiquei com uma alcunha malvada







quinta-feira, 24 de maio de 2012

Danças Nocturas...

Dormir sozinho é fácil,
Eu e a minha cama tinhamos um entendimento perfeito sobre a melhor posição para dormir.
De barriga para baixo ou de joelhos encostados à parede, ela não se queixava!
Nem a baba na almofada a fazia ranger a madeira.

Mudou-se a casa, cresceu a família e a cama aumentou.
1.90m x  2m  de espaço para dar largas ao sono e mais uns bónus....
Uau, espaço e mais espaço para partilhar, ora ai está a palavra temida.

De repente a minha camita, de corpo e meio pareceu-me uma luxúria nocturna.
Repleta de possibilidades infinitas e egoístas!

Para somar  a isto,o Bruno gosta de dormir com espaço. Aliás, é perito em ultrapassar a LINHA.

A LINHA é uma fronteira invisível que divide perfeitamente a cama em duas metades iguais.
A minha e a dele...

A LINHA não tem sido respeitada e  abriram-se as hostilidades nos lençois!
Pernas por cima, braços por baixo, puxa lençol ou edredon...
Vale tudo.

Armas Letais:
Bruno: Roncos violentos
Sofia: Joelhos nos Rins
Miguel: Gritos
Mel: Dormir em cima das pernas das pessoas

São as danças nocturnas, de uma família "normal"



Em memória de um Apêndice


Viveu 27 de anos de pândega intestinal.
Foi o seu excesso de confiança que o levou...

Apostou com o pâncreas que conseguia reter a respiração durante 4 dias.
Ganhou a aposta, perdeu  a vida.
Faleceu a 2 de Janeiro de 2012

 Viu literalmente a luz laparoscópica, vinda das profundezas.

Foi feliz!

Apenas Mel

Gosto muito de animais mas adoro cães.

Foi lógico, quando sai de casa, chatear o gaijo para arranjarmos um bichinho.
Ele não queria ter mais desgostos, eu simplesmente não me quis conformar.

Quis o destino dar-me uma mão.
Certo dia, faz agora 3 anos, vi um cachorrito de ar louco a saltarica pela rua, pêlo castanho e salpicado de manchas brancas, nariz arrebitado, também castanho, e uns olhos doces e despreocupados.
Saúdo-me com alegria, mas tinha coleira, achei que tinha dono.

No dia seguinte voltei a encontrar o cachorrito, olhar triste, sentada num passeio, já longe da minha rua.
O meu coração partiu-se em mil pedaços.
Parei o carro e chamei por ele.
Veio de imediato ao meu encontro.
Enrolou-se no banco da frente e adormeceu.

Era apenas um bebé assustado, e afinal uma cadelita!

Entrou  sem nome na minha vida mas   ficou Mel.
Mel a cachorra que me roubou  o coração.

O Meu Reino Por Um Banho

Trazer um recém nascido saudável para casa,é um sonho tornado realidade.
Qualquer mãe dirá isso.

O que muito poucas referem, infelizmente, são as linhas onde termina o sonho e começa a realidade.

Uma recém mamã tem que lidar com um sem número de adaptações, tanto físicas, como emocionais como de organização e logística.

As tarefas mais simples desmultiplicam-se no tempo, o bebé assim o exige.
E as necessidades da mãe ficam para trás.

Fiquei reduzida ao reduto primitivo do sono, comida, banho.
Banhooo, ahhhh, quantos suspiros larguei por um banho.
Tal e qual sonho distante e longíquo.
Não digo banho de jacuzzi, com frutas à beira da àgua e um jovem escultural a servi-las.
Nem banho de espuma, numa banheira redonda rodeada de  velas.
Digo, banho de chuveiro, 5mn  de privacidade, calma e sobretudo silêncio.


No primeiro mês, poucos banhos tomei, 1,5 banhos por semana é uma média bastante fidedigna.
Se eu fosse um bonequinho do Sims, estaria rodeada de visco verde, infeliz,e algumas moscas a pairar..

Chocados?
Tentem pensar que,
Eu dormia 2h a 4h por noite e  dava de mamar durante 1h hora(em intervalos iguais ou inferiores a 2h)..
O resto do meu tempo "livre" era para mudar fraldas recheadas e  acalmar o meu bebé chorão.

Por isso o banho perdia-se no pensamento e passava para nº3 das minhas 3prioridades.

Escasso, é verdade, mas quando acontecia, era a melhor sensação do mundo!
Só a Àgua e eu
O resto eram miragens e sons distantes sem qualquer importância.
Disfrutava de  cada segundo, gota e ensaboabela de paz que recebia daquele momento.

Depois, a porta abria-se e a realidade entrava com um choro, muito audíve por sinall, de um  bebé que exigia a presença da mãe, Eu.

Renovada pelo banho sentia a energia no máximo, pronta para qualquer batalha da maternidade!

Aí pelas 4h da manhã, esgotada e descabelada, o pensamento voltava a soar na minha cabeça.

"O meu reino, por um banho"














quarta-feira, 23 de maio de 2012

O comando é meu!!!!

5 pessoas
2 pais
3 crianças
1 Tv com 200 canais
(A da cozinha era só tugaland )

Como gerir cinco gostos televisivos, sem ofender os bons costumes e a ordem pública?
Impossível, dirão alguns.
Outros, por certo, imaginam chapadas, tiroteios e carros de polícia de intervenção rápida...
Outros ainda, mangueiradas nos manifestantes para dispersar...

Nada disso.
O gangue das irmãs, obedecia a um código ancestral, não escrito mas cheio de força de lei!

1º Regra
O primeiro a chegar à sala fica com o comando

2ª Regra
O detentor/possuidor do comando escolhe a programação para as massas

3ª Regra
Quem abandonar o comando para ir, onde quer que seja, perde o poder


4ª Regra
O Pai tem direito de mudar/tirar o comando quando quisesse

E a paz reinava em frente à televisão:)

O mito urbano da gasolina 95


Corria o ano de 99,
Sempre andei colada ao meu pai e por isso,
Assistia  com frequência ao abastecimento   do seu bolide, com o ouro negro chamado gasolina 95.
A coisa sempre me intrigou bastante...

Que coisa estranha, pensava como os meus botões...
O ano 95 deve ter a melhor gasolina, a única boa para ser fabricada.
E a de 98, essa ainda deve ser muito melhor!!!

Os anos passaram...
A gasolinha continuava a ser de 95...
Epá... Não pode ser!!- pensei

Então um dia, tal criança que descobre que o Pai Natal não existe, ouvi falar de um bicho
chamado Octanas...


Ahhhhh, agora faz sentido...
Ups

Parto normal?Nem por isso

O Miguel é uma criança muito despachada, se calhar até demais.

Fica aqui o relato do parto dele.

Dia 8 de Maio, Domingo fizemos 35 semanas!
Uau, já só faltam 5 semanas para conhecermos o nosso bebé, pensei eu.

Não tinham que ser 5 semanas...
Nessa mesma noite comecei com contracções, acordava constantemente com uma dor incomodativa, que ia e vinha Já nem tinha posição para dormir.

2fº
De manhã já nem fui trabalhar e avisei o meu marido que provavelmente iria para o hospita,l confirmar se estava tudo bem.
Fiz a triagem de manhã e disseram-me que teria que fazer o CTG da parte da tarde, por isso ainda fui almoçar à minha mãe.

Entretanto a minha irmã do meio estava cheia de vómitos e acabou por ser ajudada a vomitar no wc por uma grávida.(o quê?)

Quando fiz o CTG à tarde acusou logo contracções regulares de 10 em 10 mn, fiquei a soro no corredor.
Para tentar acalmar o bichinho.

Mas quando voltei a fazer o CTG as contracções estavam de 5 em 5 minutos...
Fizeram-me o toque (que é perfeitamente horrível) e a médica disse:
-" você tem o colo apagado a 80% e 2 dedos de dilatação...
Está a perder rolhão mucoso
Vai ficar internada."

Sabem quando nos filmem, dão más notícias,  a personagem fica a ver tudo muito ao longe? Tal e qual
O meu coração caiu no chão... eu não estava preparada para nenhum parto.
Muito menos para ter nos braços um prematuro de 35 semanas. (8meses e pouco)
Deram-me a roupa do hospital e colocaram-me numa salinha de dilatação ligada ao CTG.
As horas passaram e a criança  não nasceu.

Mandei o Bruno para casa descansar.
Eu fiquei internada...

3ªf
Voltei a descer para o bloco com contracções e o bebé não quis nascer.
Ainda bem , por um lado, por outro....

4ªf
As coisas acalmaram:) zero contracções.
Achei que iria para casa fazer repouso absoluto e esperar por Junho bem quietinha!
Mas nessa madrugada as contracções voltaram....
 
5ªf
As contrações vinham das costas, como agulhas.
 Primeiro de 20 em 20 mn depois cada vez menos espaçadas.


No hospital todos os dias de manhã cedo, ligam as grávidas ao CTG, eu tinha muitas dores mas não acusou nada... apenas uma vez.

Eu, (muitas esperta!!) não me queria queixar com dores, não queria voltar lá a baixo para nada, não queria que me fizessem o toque e  por isso não me queixei muito.

Mais tarde nas rondas quando mencionei o local da dor, disseram que não podiam ser contracções e sim dores de costas.
Fiquei muito aliviada, finalmente, 4 dias depois de ser internada eu ia para casa:)

Não me consegui sequer sentar no carro e as dores continuavam...
ÀS 15h da tarde começaram as contracções a sério, 5 em 5 mn!
 Gritei, podem querer que sim, e gritava tudo outra vez lol.

Fui para a banheira ver se aliviava as dores ao fundo das costas, a barriga cada vez mais dura.
Tive a certeza... é hoje que vais nascer..
Não podias esperar mais um pouco? são só 35 semanas e 4 dias.
16h10...
Quando sai da banheira sentia-me um pouco melhor mas uma náusea terrível fez-me vomitar e quase simultaneamente rebentaram-me as àguas.
E posso dizer-vos que senti um alívio tremendo durante alguns segundos.
Depois as contracções começaram piores que nunca
De 3, em 3mn
Gritei à minha mãe que ligasse ao Bruno.
Deitei-me no sofá com uma toalha entre as pernas e tentei esperar...

Transpirava por todos os poros e cada contracção levava um pouco de mim.
Estava exausta e assustada.
O pior de tudo é que comecei a sentir necessidade de fazer força...
Tinha medo que ele nascesse mesmo ali na sala., no sofá azul da minha sogra.
O Miguel é mais um dos apressadinhos de Junho, pregou ao pai e à mãe um grande susto.
Dia 8 de Maio, Domingo fizemos 35 semanas!
Uau, já só faltam 5 semanas para conhecermos o nosso bebé, pensei eu.
Não tinham que ser 5 semanas...
Nessa mesma noite comecei com contracções, acordava constantemente com uma dor incomodativa, que ia e vinha, já nem tinha posição para dormir.
De manhã já não fui trabalhar e avisei o meu marido que provavelmente iria para o hospital confirmar se estava tudo bem.
Fiz a triagem de manhã e disseram-me que teria que fazer o CTG da parte da tarde, por isso ainda fui almoçar à minha mãe.
Entretanto a minha irmã do meio estava cheia de vómitos e acabou por ser ajudada a vomitar no wc por uma grávida.
Quando fiz o CTG à tarde acusou logo contracções regulares de 10 em 10 mn, fiquei a soro no corredor para ver se acalmava.
Mas quando voltei a fazer o CTG as contracções estavam de 5 em 5 minutos...
Fizeram-me o toque (que é perfeitamente horrível) e a médica disse:
- você tem o colo apagado a 80% e 2 dedos de dilatação...
Está a perder rolhão mucoso
Vai ficar internada.
O meu coração caiu no chão, eu não estava preparada para nenhum parto, para ter nos braços um prematuro de 35 semanas.
Deram-me a roupa do hospital e colocaram-me numa salinha de dilatação ligada ao CTG.
As horas passaram e o babie não nasceu.
Mandei o Bruno para casa descansar.
Eu fiquei internada...
3f voltei a descer para o bloco com contracções e o bebé não quis nascer.
4f as coisas acalmaram:) zero contracções, achei que iria para casa fazer repouso absoluto e esperar por Junho para o babie nascer.
Mas nessa madrugada as contracções voltaram.
Vinham das costas, como agulhas.
Primeiro de 20 em 20 mn depois cada vez menos espaçadas.
No hospital todos os dias de manhã cedo, ligam as grávidas ao CTG, eu tinha muitas dores mas não acusou nada... apenas uma vez.
Eu não me queria queixar com dores, não queria voltar lá a baixo para nada, não queria que me fizessem o toque por isso não me queixei muito.
Nas rondas quando disse onde me doía disseram que não podiam ser contracções e sim dores de costas.
Fiquei muito aliviada, finalmente 4 dias depois de ser internada eu ia para casa:)
Não me consegui sequer sentar no carro e as dores continuavam...
ÀS 15h da tarde começaram as contracções a sério, 5 em 5 mn...
Gritei, podem querer que sim, e gritava tudo outra vez lol.
Fui para a banheira ver se aliviava as dores ao fundo das costas, a barriga cada vez mais dura.
Tive a certeza... é hoje que vais nascer..
Não podias esperar mais um pouco? são só 35 semanas e 4 dias.
16h10...
Quando sai da banheira sentia-me um pouco melhor mas uma náusea terrível fez-me vomitar e quase simultaneamente rebentaram-me as àguas.
E posso dizer-vos que senti um alívio tremendo durante alguns segundos.
Depois as contracções começaram piores que nunca de 3 em 3 mn.
Gritei à minha mãe que ligasse ao Bruno.
Deitei-me no sofá com uma toalha entre as pernas e tentei esperar...
Transpirava por todos os poros e cada contracção levava um pouco de mim.
Estava exausta e assustada.
O pior de tudo é que comecei a sentir necessidade de fazer força...
Tinha medo que ele nascesse mesmo ali na sala.

A ambulância lá chegou e seguimos para o hospital.
Os piores 10km da minha vida, senti cada curva, lomba ou travagem.

Eu só queria fazer força... e acreditem que é impossível contrariar esse impulso do corpo.
Finalmente chegamos ao hospital, a maca a ser empurrada rapidamente pelo corredor,até à zona obstétrica...

Deitei a mão à vagina e senti que a cabeça já ali estava...
De repente apareceu uma equipa que me examinou muito rapidamente e gritaram:
Não há tempo, todos para o bloco!
Só sei que não tiveram tempo de me mudar de maca, apenas de colocar um resguardo por baixo de mim.
De vestido azul e havainas rosa, depois de fazer força apenas 3 vezes, o Miguel nasceu na maca dos bombeiros.
O pai só o viu depois já a ser pesado.
Coitado já não chegou a tempo de ver foi tudo muito rápido.

17h08
Chegou ao mundo a fazer xixi:)
2.550kg
46 cm
Olhei para ele e senti-me completa.

Não levei epidural.
Foi um parto rápido, sei que tive sorte.Também dizem que tive um parto normal...
Eu acho que nem por isso







terça-feira, 22 de maio de 2012

A Mochila da Mulher Moderna

Antigamente as sras, faziam o jantar, pariam e tratavam dos filhos.De vez em quando, se fosse preciso, levavam umas chapadinhas de amor.
Não eram ouvidas para nada.

Emancipação, queima de soutiens, abaixo os espartilhos!!!

Mulheres, votam, trabalham, ocupam cargos de grande relevo em vários planos, são iguais aos homens...
A sério?

Porque é que eu sinto que estamos piores que antigamente?

Trabalhamos fora de casa.
Chegamos a casa e espera-se que o papel de mãe, cozinheira, gestora do lar seja desempenhado graciosamente e de forma exemplar E sem esquecer toda a logística do orçamento familiar.
Claro que além disso temos que estar lindas, maravilhosas e disponíveis...
Sinto-me divida entre querer ser a melhor mãe  e a melhor profissional.
E vejo o tempo escorrer pelos dedos, durante o dia, para ver o miúdo só à hora de jantar.

Mas sei que se ficar em casa, não trago dinheiro para mesa nem promovo a minha ambição profissional.

Carrego às costas a mochila da mulher moderna .
Uma montanha com avalanches de tarefas

Melhor que antigamente? digam-me vocês















segunda-feira, 21 de maio de 2012

Onde está o Wally?

Esta foi descoberta por uma amiga, eu ainda não tinha lido o papel que foi carinhosamente depositado na minha caixa do correio
Atentem!!!

OFERECE

Para trabalhos domésticos, cozinho, passo a ferro,idosos e crianças, limpezas de escadas e escritórios.
Dou boas referências

Pancrácia  955654455

Descobriram o Wally?

Percentil de Amor

O que é um percentil?
pensei quando comecei, ainda grávida, a pesquisar nos muitos livros e  revistas de bebés.
A resposta tardava em surgir...
Depois de uma pesquisa mais extensiva, que incluiu entrevista a amigas com bebés, lá consegui perceber a coisa.
Percentil - serve para, tendo em conta vários parâmetros, verificar se o bebé está de acordo com a média para aquela idade

Ora vejamos...
Eu trouxe para casa um bebé prematuro de 35 semanas e 4 dias, nem bem esticadinho entrava nas curvas ou parâmetros ou seja o que for. 
Era rosa, magrinho e muito pequeno.

Resultado:
As primeiras 2 consultas foram perfeitamente penosas, só queria ouvir dizer está óptimo e já está no percentil 50, as palavras não chegavam e via nessa falta a minha falha de não suprir as necessidades do meu filho.
Agora sei que em parte eram os baby blues a falar.

Às tantas pensei, "Não posso mais pensar assim! São só números!!!"

Completamente verdade, o percentil não me diz quantas vezes ele sorri, diz mamã ou papá ou quantas vezes teve febre.
Diz-vos se ele come bem, sabe lavar os dentes ou  é feliz? Nem pensar!
Para isso existe o percentil do Amor, criado por cada mãe, especialmente para cada bebé.

Análise do Miguel:

Percentil médica....blá blá  5/10 com sorte 25
Percentil do Amor.............90

Fica a questão...
Qual é o melhor e mais completo percentil?






A Nova Segurança Social- Os Pais

Às voltas numa rotunda onde todas as saídas parecem cortadas,
Esta é a sensação de tantas famílias portuguesas.

Quem não tem pais para cuidar dos netos, vê-se obrigado a entregar as crianças a estranhos desde a mais tenra idade, levando o coração pequeno de quem só quer que o relógio acelere até à hora de os ir buscar.
Outras famílias abdicam de um ordenado, afinal esse dinheiro entraria em exclusivo em creches, colégios ou pré escolas.
Depois há outra categoria, a dos mais afortunados, os que tem os avós disponíveis e por perto para cuidar dos netos.
Felizmente tenho a sorte de estar na última categoria. O bebé fica de manhã com a avó, que se for preciso faz a comida toda, leva-o a brincar e interagir com mais família e estímulos.
É bem tratado, talvez até bem demais, faz parte do papel dos avós estragar os netos com mimos!

Contas feitas ao final do mês são 250€ que poupo.
É demasiado dinheiro para ignorar, quando se contam os tostões


Os tempos mudam mas é difícil descolar dos pais em alturas como estas...
Se não contar com a minha família, como quem posso contar?

A velha segurança social.... só dá a quem não tem nada de nada
Os outros são ricos!











1ª visita às Urgências

Sinceramente sinto que não me posso queixar...
 mais  de 365 dias volvidos do nascimento do meu chabanico, uma  única visita ao hospital e nunca teve febre... Quantos pais podem dizer o mesmo?
Creio que não serão assim tantos quantos gostaria.

O que nos levou a quebrar este registo imaculado de saúde não foi, felizmente, nada de grave.
Muito comichão, pele vermelha manchada e muito seca.

O Sr. Chabanico consegui transformar as rugas de preocupação de tantos pais na sala de espera em esboços de sorrisos.
Ele dizia adeus, sorria para as pessoas e percorreu quase metade das cadeiras da sala de espera em grande estilo.
Ainda teve a lata de bater palmas para a médica e fazer o tradicional "pôr ao ovo no buraquinho", com as suas mãos rechonchudas.

Diagnóstico: possível eczema
Pai stressada e mãe com fome
Tratamento: oleobam creme e gel de banho-Chabanico
cachimbo- pai
sofá e séries pirosas- mãe







domingo, 20 de maio de 2012

A festa da Taça

O dia amanheceu chuvoso para todos, menos para os corajosos e radiosos adeptos, que vieram de todo o país e talvez estrangeiro para assistir a este mítico evento.

Mais agasalhados ou menos, impermeável, cachecol e mini, são apenas alguns dos muitos itens que vejo passar por aqui.

Depois claro, a polícia de cara fechada, olhando as infindáveis filas de pacientes adeptos, que anseiam por um horizonte de estacionamento caótico e Porco no espeto!
No carro provavelmente a doce geleira azul para animar os convivas.

Independentemente de rivalidades ou preferências clubísticas tem que se apreciar esta final, num estádio mais para lá do que para cá mas tal e qual bifana de estabelecimento duvidoso e molho de 2 semanas, tem um gosto especial e inexplicável.



sábado, 19 de maio de 2012

Boa Educação? Não obrigada

Quantos vezes quis dizer mas não disse,
Porque não era boa educação!
Quantas vezes disse por metade...
Afinal não se trata de mentira,
É apenas outra forma de dizer,
Para não magoar ninguém

Guarda, encher, amaciar...
Para bem de quem ou do quê?
Da boa educação?

Melhor seria dizer a verdade
Esquecer os meandros das meias palavras
Deixar os meios sorrisos
Ou os óculos cor de rosa.
Boa ideia?

Não prefere a boa educação,
Que calce as botas de cabedal
Dizendo bem ou mal,
Diga apenas a verdade?
Dizem que não,que  fica mal

Boa educação?Não obrigada, passo
Antes uma colherada de verdade
que a doce e dengosa degustação desta
Chamada boa educação.

Não gostas? Paciência
Ao menos tem a decência de o dizer abertamente

Esquece essa tal "Boa educação"




Wrestling e barbies

Esta publicação tem pano para mangas, velas, edredons, enfim uma panóplia de vestimentas e por isso prometo desde já mais capítulos.
Afinal de contas a família é fonte das mais diversas recordações e algumas novelas, certo?
Pelo menos na minha família sim:)
As minhas irmãs são duas, a Cláudia e a Inês  juntas eramos um grupo só equiparável aos irmãs metralha.
Aliás não é por acaso que esses também são 3!!
Sinceramente depois de tudo o que fizemos aos meus pais, nem como como tive coragem de me aventurar pela maternidade:)

Recordo-me particularmente  de um episódio em que brincávamos  com as barbies...
Esta brincadeira requeria toda uma logística digna de uma rodagem de filme,
Era preciso vestir as barbies, arranjar as 3 casas das sras, com coisas normais e outra menos ... tipo o frigorífico feito com o guarda jóias da minha mãe, colocar o carro e o cavalo no sítio.
As bonecas até tinham direito a acampamentos improvisados com dossiers e panos do pó.
Contas feitas eram 2h a montar o cenário para depois...
 a coisa não durar mais de 30mn... aos 31 minutos já chovia chapada, insultos e barbies pelo ar.
Wrestling e barbies ao nível do programa  da televisão.


O engraçado é que apesar de todas as  mazelas nódoas negras e outras diferenças sempre funcionamos como uma pedra  de várias faces, completamo-nos verdadeiramente.
Qualquer coisa como um contrato distorcido " para te chatear a ti e dar cabo dos que te magoarem"

Não podia viver sem elas, mas sinceramente, não queria voltar a viver com elas!!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A importância do Silêncio

Cresci numa casa barulhenta,3 filhas 1 cão, 2 coelhos, tartarugas, peixes e até bichos da seda, enfim, uma festa.
Durante uma certa altura procurei desesperadamente o meu espaço, quer fosse na casa de banho ou no quarto de porta fechada mas a missão parecia particularmente IMPOSSÍVEL!
Anos mais tarde tudo mudou quando sai de casa... o silêncio batia nas paredes para depois se atirar contra a minha cara, género atleta de alta competição de trampolim... e o engraçado é que eu só queria fugir dele!!
Das paredes vazias que me faziam sonhar com a minha casa caótica
Resultado:  apanhei uma cadelita da rua e o silêncio deixou o trampolim para bater à porta apenas quando era oportuno ou quando a Mel (a cadelita se revoltava contra a sua vida de cão, perto da janela).
ahhh que maravilha pensei.
Agora temos um bebé em casa e parece-me que a minha antiga  casa barulhenta é um jardim Zen com fontes luxuriantes e peixinhos laranjas a chapinhar perto da superfície.
O silêncio não me abandou  mas tornou-se um amante
Vem apenas pela calada noite escura, subindo devagar para a minha cama e docemente   enroscar~-se  em mim.
Mal me habituo  à sua presenç quando... o meu despertador de olhos azuis já exige a minha presença para mais um dia.

A questão que deixo no ar é apenas esta,
Porque desejamos tão ardentemente aquilo que não temos, para mudar de ideia quase instantaneamente?
Dá que pensar...




terça-feira, 15 de maio de 2012

o gosto da caneta

Desde que comecei a pegar numa caneta, lembro-me de gostar de brincar com as palavras e idealizar histórias.
Escrever sobre tudo e nada, empregando palavras novas só por gozo, deleitando-me nos delírios da minha imaginação.
Olhava para as minhas mãos e via os riscos de quem escreve sem jeito.
Mais tarde, na adolescência, comecei a dedicar-me à escrita mais exigente dos poemas, ao espartilhar de sentimentos em rimas por vezes sem nexo,  só que eventualmente parei...
Não sei bem porquê nem quando, mas simplesmente guardei a caneta e arrumei as divagações.
Hoje, pela primeira vez em muito tempo, voltei a sentir o turbilhão de palavras a aflorar à minha cabeça,atropelando-se e fazendo a mente acelerar, tal copo transbordante de àgua.
E assim me apresento, apenas eu, despida de mais qualquer coisa que seja, apenas eu e  histórias de mim com um toque de mais qualquer coisa.
Eu... com o Pé no Chão mas sempre de dedo no ar;)